Manchas na pele – Principais causas e tratamentos

Nem sempre as manchas na pele são motivo para preocupação com a saúde, contudo, pelo menos na maioria dos casos, elas representam um considerável incômodo estético. 

Independente de qualquer coisa, diante do aparecimento de alterações cutâneas é essencial consultar o dermatologista. O especialista é a pessoa certa para avaliar a causa da condição e orientar o seu tratamento, evitando complicações. 

Continue a leitura e conheça as principais causas de manchas na pele e ainda quais são os tratamentos recomendados.

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Diagnóstico de manchas na pele

O diagnóstico de manchas na pele é feito basicamente com a investigação médica e exames clínicos. Esse passo é importante para classificar, entender o comportamento e a natureza das manchas, dessa forma é possível definir as terapias adequadas. 

Análise clínica

Consiste na inspeção visual da pele para verificar os padrões das manchas. É importante distinguir manchas senis de dermatites mais sérias, visto que os tratamentos são diferentes e a aplicação da técnica inadequada pode agravar o quadro ou atrasar a melhora.

Análise do histórico do paciente 

É feita a partir da entrevista médica, consiste em uma série de perguntas sobre os hábitos do paciente, histórico familiar, entre outras informações. 

Biópsia da pele 

A biópsia é caracterizada pela retirada de uma pequena amostra de pele com auxílio de anestesia local para exames em laboratório. Ao analisar a amostra é possível distinguir o padrão das manchas, se é do tipo benigno ou maligno.

O que falar durante a consulta

O primeiro passo é informar os sintomas ao dermatologista. Ele vai fazer perguntas como:

Quando os sintomas começaram a surgir;
Qual sua rotina de tratamento de pele;
Se possui algum tipo de alergia;
Se faz uso de medicamentos que podem ser fotossensíveis;
Quais tratamentos dermatológicos já fez ou está fazendo (mesmo sem orientação médica).

Seja o mais claro e verdadeiro possível, pois isso vai ajudar não só na orientação, como também na identificação das possíveis causas. Dependendo da análise não será necessário fazer exames complementares como a biópsia.

Quais as principais causas de manchas de pele

  • Melasma – caracterizado por manchas escuras que surgem no rosto e em outros locais comumente expostos pelo sol. É comum durante a gravidez, menopausa, quando há alterações hormonais, entre outros casos. 
  • Melanoses/manchas de sol – ocorre com mais frequência em pessoas de pele clara ou morena que ficam expostas aos raios ultravioletas sem proteção após os 40. As partes com maior incidência são mãos, rosto, braços e pescoço. 
  • Rosáceas – são manchas avermelhadas causadas pela inflamação ou rompimento de pequenos vasos sanguíneos, sobretudo a região centro-facial. A pele fica mais seca, eritematosa (vermelha) e se irrita facilmente.
  • Pano branco – o pano branco é causado por fungos que provocam manchas esbranquiçadas na pele. Com o passar do tempo, elas se espalham, podendo evoluir para uma micose mais séria. 
  • Acantose nigricans – são aquelas manchas de aspecto aveludado que se formam em volta do pescoço, das pregas cutâneas, axilas e abaixo das mamas. É mais comum em pessoas de pele mais escuras, com diabetes ou com resistência à insulina.
  • Acne – a acne é uma dermatite que se manifesta quando as glândulas sebáceas apresentam superprodução, são infectadas ou se inflamam, provocando espinhas, cravos, cistos e caroços. 
  • Manchas de acne – as cicatrizes de espinhas são um dos principais motivos das consultas dermatológicas. São comuns após o tratamento de acne grave, são sensíveis e podem causar dores. 
  • Ceratose seborreica – é um tipo de sinal protuberante de coloração escura que surge pelo processo de envelhecimento. Normalmente é benigno e não oferece riscos à saúde.
  • Olheiras – olheiras podem ter origem genética ou estar relacionada à exaustão, falta de sono, alergias ou exposição solar sem proteção. 
  • Marcas de nascença – as marcas de nascença podem ser vasculares, quando os vasos sanguíneos não se formam corretamente, ou marcas pigmentadas, causadas pelo crescimento irregular das células que criam o pigmento.
  • Dermatite ocre – a dermatite ocre é um tipo de mancha que surge nas pernas e possui coloração amarronzada (mas pode apresentar o aspecto avermelhado). Basicamente, a dermatite ocre é um sintoma da insuficiência venosa, que acomete pacientes com doença venosa crônica, como varizes.
  • Hiperpigmentação pós-inflamatória – a hiperpigmentação pós-inflamatória acontece quando traumas cutâneos, cicatrização de lesões ou dermatites resultam no surgimento de manchas planas e despigmentadas. É comum em pessoas que usaram dermocosméticos irritantes, determinados medicamentos fotossensíveis, etc.
  • Nevo de ota – é uma mancha azulada causada pela ação desregular dos melanócitos dérmicos. Acomete o globo ocular e a pele próxima, localizada na região inervada. É mais comum em pessoas de descendência asiática em relação a caucasianos e negros.
  • Mancha mongólica – é uma alteração cutânea benigna que acomete recém-nascidos na região das costas e nádegas. É mais comum em pessoas de origem asiática (daí o nome) e, geralmente, desaparece em alguns anos. Não se sabe a causa do seu aparecimento, no entanto, não evolui para algo mais grave.
  • Poros dilatados – são causados pelo acúmulo de células mortas ao redor dos poros, fazendo com que aumentem de tamanho. É mais comum em pessoas com peles oleosas ou mistas e por isso aparece em áreas que concentram mais sebo, como a zona T,  que abrange a testa, o nariz e o queixo.
  • Melanoma – é um tipo de câncer de pele (o mais comum no Brasil). Manifesta-se inicialmente como um sinal escurecido ou de múltiplas cores e bordas irregulares. As manchas geralmente coçam, geram dor e podem até sangrar. Exige acompanhamento dermatológico imediato. 
  • Psoríase – a psoríase é uma dermatite autoimune, inflamatória e não contagiosa. É uma forma de defesa do organismo, que desregulado, ataca as células cutâneas por algum motivo, como ferimentos ou infecções, causando lesões avermelhadas que se acumulam e formam escamas e manchas secas que que coçam. 
  • Vitiligo – é uma doença em que ocorre a despigmentação da pele devido à diminuição ou ausência de melanócitos (células que produzem melanina) nos locais afetados.

Tratamentos para manchas na pele

Entre os mais utilizados, podemos citar:

Laser para manchas

O laser para o tratamento de manchas é geralmente ablativo e não ablativo, com emissão não contínua. Geralmente utiliza feixes de luz que destroem os pigmentos ou que cauterizam a camada de pele, promovendo o desenvolvimento de uma nova camada, renovada e sem manchas. 

As duas opções de mercado mais comuns são o spectra e do q switch: 

Laser spectra

O Spectra é um aparelho de laser que emite feixes de luz de alta intensidade em uma velocidade muito rápida. Utiliza uma ponteira que permite o ataque seletivo a determinados pontos, de acordo com o intuito do tratamento. 

Esse feixe pode, por exemplo, atingir somente os pigmentos das máculas de melasma, destruindo-os. Os pigmentos são absorvidos pelo organismo e a pele tratada fica com aspecto semelhante às áreas normais.

Leia também: Laser Spectra: o que é e como age na pele

Laser q switch

O laser q switch é um aparelho que utiliza a tecnologia de pulso ultrarrápido (ns). É indicado para o tratamento de manchas, hiperpigmentação, remoção de tatuagens, remoção de micropigmentação de sobrancelhas, entre outros. 

O feixe emitido quebra os pigmentos da pele, fazendo com que sejam absorvidos pelo organismo. 

Luz pulsada

A Luz Pulsada (LIP) é uma tecnologia semelhante ao laser, mas que emite feixes de luz policromáticos. Ou seja, são luzes emitidas por um aparelho específico em diferentes direções, que permitem o direcionamento para um determinado alvo. 

O tecido epitelial apresenta componentes foto-receptivos que convertem a energia luminosa que recebem do equipamento em calor, capaz de coagular o tecido. Além disso, gera reações químicas benéficas ao organismo, estimulando a renovação celular.

Além da retirada de manchas, a luz pulsada é indicada para atenuar rugas e linhas de expressão, clareamento de virilha, remoção de tatuagens, melhora de textura da pele sem downntime, entre outros tratamentos.

Peelings

São divididos em químico e físico, no entanto, apresentam fins semelhantes: renovação celular progressiva. Ambos devem ser feitos no consultório dermatológico com a recomendação e supervisão de um médico dermatologista. 

Peeling químico

O peeling químico refere-se ao tratamento com ácidos sobre a pele para a retirada das camadas danificadas, promovendo o crescimento de uma camada lisa, sem manchas e linhas de expressão. Pode ser superficial, médio ou profundo, de acordo com o tipo de lesão e sua localização (derme ou epiderme). 

Entre os ácidos mais utilizados estão o ácido kójico, ácido retinoico, ácido glicólico, ácido salicílico, tricloroacético, solução de jessner, etc. São consideradas soluções brandas, que em concentrações baixas são capazes de promover o efeito esfoliante, sem causar danos ao organismo. 

Peeling físico  

Apresenta diferentes nomes comerciais como peeling de diamante, peeling de cristal, entre outros, no entanto, o princípio é o mesmo: utilizar indutores de descamação para promover uma renovação celular.

Esses indutores de descamação geralmente são lixas ou algum equipamento que causa a microdermoabrasão na região tratada. É feita a aplicação direta que gera pressão sob a pele para esfoliar as camadas mais superficiais. 

Trata-se de uma técnica minimamente invasiva, pouco dolorosa e que pode ser feita em qualquer tipo de pele, desde que não haja infecções no local a ser tratado. Não há necessidade de anestésico tópico e o paciente pode retornar às atividades normais no mesmo dia.

Microagulhamento

Também chamado de  Indução Percutânea de Colágeno por Agulhas (IPCA), o microagulhamento é uma técnica que utiliza rolos ou equipamentos automáticos com micro cânulas ou micro agulhas que perfuram as camadas da pele para estimular a renovação celular e a produção de colágeno para tratar uma série de problemas cutâneos, a exemplo de manchas, cicatrizes, acnes, mas também estrias e flacidez. 

O equipamento faz suaves perfurações indolores, que com o tempo reduzem a pigmentação das manchas de pele como melasma, manchas causadas pelo sol, entre outras. 

Assim como os outros procedimentos apresentados, deve ser feito sob orientação do profissional, em consultório dermatológico.

Leia também: Remoção de micropigmentação de sobrancelha

Pomadas

As pomadas estão entre os tratamentos tópicos mais utilizados nas manchas. Existem diferentes formulações de acordo com o tipo de mancha. Por exemplo, a hidroquinona e a tretinoína são amplamente usadas em terapias para manchas causadas pelos raios ultravioletas.

Apesar de fáceis de encontrar e não exigir receita médica, as pomadas clareadoras não devem ser usadas sem a prescrição de um dermatologista.

Cremes clareadores

Os cremes clareadores são semelhantes às pomadas, contudo, podem apresentar composições diferentes. Atuam inibindo a produção de melanina ou reduzindo a atividade dos melanócitos, com compostos que vão desde corticoides e esteroides, a chumbo e mercúrio, por isso exigem atenção. 

Em doses específicas e por curto período de tempo não chegam a ser perigosos. O problema é o uso contínuo ou em concentrações mais elevadas, que podem trazer efeitos colaterais. Na dúvida, consulte um dermatologista e busque recomendações.

Géis e séruns

É comum encontrar esses dois tipos de produtos em farmácias e lojas de dermocosméticos. Geralmente apresentam uma combinação de agentes que além de clarear as manchas, estimulam a produção de colágeno e elastina, entre outros benefícios à pele. 

Alguns desses compostos são o ácido kójico e o ácido láctico, que agem sobre a pele inibindo a ação da melanina e como antisséptico que impede a proliferação de fungos e bactérias.. Também apresenta ação esfoliante, assim uma camada renovada de pele “nasce” sem a hiper pigmentação.

Máscaras faciais

Máscaras faciais podem apresentar efeito clareador e peeling de acordo com sua composição. Em sua composição estão presentes agentes ácidos leves como a hidroquinona e outras substâncias que além de esfoliar a pele, também estimulam a produção de colágeno novo e elastina, devolvendo o tônus e brilho da pele. 

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Perguntas frequentes

Vamos a algumas dúvidas referentes ao tratamento de manchas. São elas:

O que fazer após esses procedimentos?

Cada terapia possui uma recomendação, no entanto, geralmente é necessário evitar a exposição solar sem proteção, banhos de piscina ou mar nos primeiros dias de tratamento, utilizar compressas de água fria ou gelo, como no caso dos procedimentos que causam dermoabrasão, entre outros. 

Seguir as recomendações do dermatologista vai ajudá-lo a evitar o retorno das manchas e a melhorar seu aspecto mais rapidamente. 

Posso seguir receitas caseiras?

Não é recomendado o uso de receitas caseiras, principalmente aquelas sem comprovação científica. Dependendo da substância utilizada ou dosagem, o efeito pode ser o contrário e ao invés de clarear as manchas, elas aumentam. 

As manchas podem voltar depois do tratamento?

Sim, caso o paciente não siga as recomendações do profissional ou se exponha novamente ao causador das manchas, elas podem retornar. 

Quanto tempo demora o tratamento de manchas?

Vai depender do tipo de mancha e do tratamento adotado. Manchas mais profundas e fortes exigem maior atenção e até mais sessões. Os resultados também dependem do organismo do paciente e de como ele vai responder à terapia. 

Qualquer pessoa pode conduzir esses tratamentos?

Não, somente o dermatologista pode orientar, receitar e indicar a terapia adequada para cada caso. Quando notar qualquer sinal ou mancha, não deixe de consultar este profissional.

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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