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O que você precisa saber sobre a Piodermite

Em geral, a piodermite é qualquer doença de pele do tipo piogênica (com pus). Essas doenças são causadas por bactérias e mediadas por toxinas (endo ou exotoxinas), se manifestando como processos infecciosos com lesões em diferentes camadas da epiderme.

Estima-se que mais de 111 milhões de pessoas (em sua maioria crianças) sejam afetadas anualmente por algum tipo de piodermite, sendo uma das três doenças de pele mais comuns em crianças, juntamente com as dermatites do grupo das tineas e sarna

Continue lendo, entenda mais sobre o assunto e saiba quais são as manifestações mais comuns.

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O que é a piodermite?

Piodermite é, verdade, um grupo de doenças. São patologias que atingem a pele na forma de crostas e bolhas, sendo as lesões bem delimitadas ou extensas. Os principais agentes causadores são as bactérias Staphylococcus Pyogenes e Streptococcus B-hemolíticos.

Streptococcus Pyogenes e Streptococcus B-hemolíticos. 

Essas duas bactérias já vivem no nosso corpo nas mucosas, e em ocasiões normais não causam nenhum mal. O problema é quando há algum catalisador que favorece sua multiplicação e a infecção. Dentre os catalisadores mais comuns podemos citar alterações na imunidade, feridas e higienização precárias. 

Quando a pessoa não recebe o tratamento adequado, com o uso de antibióticos errados, as lesões tendem a piorar e podem chegar à corrente sanguínea e se espalhar pelo organismo, o que é muito grave. 

Por isso, quando alguma lesão aparecer na pele acompanhada de coceira, dores, vermelhidão ou pus na forma de bolhas, crostas ou descamação, é preciso procurar ajuda médica o quanto antes.

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Quais os tipos mais comuns?

A classificação da piodermite é feita de acordo com diferentes critérios, sendo o principal a profundidade com que ela atinge as camadas da pele. Veja abaixo os tipos mais comuns de piodermite.

Síndrome da pele escaldada estafilocócica

É um tipo de lesão decorrente da intensa descamação da pele causada pelas toxinas esfoliativas produzidas pelo S Aureus. O resultado dessas lesões são eritemas nas camadas superficiais da pele, com bolhas estéreis (não infecciosas) e cor avermelhada que surge em diferentes partes do corpo, principalmente canais auditivos e nasofaringe. 

O eritema se inicia nas dobras cutâneas e progride rapidamente se generalizando por outras partes do corpo. Recém-nascidos e crianças até 5 anos são a população mais atingida por esta dermatite, mas ela também pode estar presente em adultos, sobretudo aqueles que vivem em condições que prejudicam a resposta imune à infecção bacteriana.

Abscesso (furúnculo)

O tipo mais comum de abscesso é o furúnculo, um quadro agudo de infecção formado por pus abaixo da derme ou no espaço subcutâneo. Em 75% dos casos é causado pela S.  Aureus, contudo, outros organismos podem estar associados a essa condição, como  bacilos gram-negativos com anaeróbios. Também pode haver presença de abscessos como resultado da ação de anaeróbios em usuários de drogas injetáveis. 

Os abscessos se manifestam como um nódulo amarelado com bordas vermelhas e eritema. A pessoa também pode apresentar sinais sistêmicos como febre e calafrios. 

Mesmo sendo resultado de uma alteração do próprio indivíduo, abscessos são contagiosos, visto que a bactéria pode ser transmitida para outra pessoa pelo contato com o pus. 

Daí a necessidade das pessoas que convivem no mesmo ambiente tomarem medidas para evitar a infecção, como o uso de creme antibiótico (prescrito pelo dermatologista) e não compartilhar objetos comuns como roupas, toalhas, lençóis, entre outros.

Erisipela

A Erisipela é uma infecção cutânea causada pela bactéria S. Pyogenes ou pelo bacilo Haemophilus influenzae tipo B, que penetra na pele ou mucosa por ferimentos, picadas de inseto, micose de unha, frieira, entre outros. Após a infecção, o agente causador se multiplica e dissemina-se pelos vasos linfáticos, atingindo os tecidos subcutâneo e adiposo. 

As lesões avermelhadas são extensas e podem cobrir todo o membro (braços ou pernas), podendo ou não apresentar bolhas. Também podem existir outros sintomas como febre, dor de cabeça e nas articulações.

Foliculite

A foliculite é um tipo de infecção que se inicia no folículo piloso, que dá origem aos fios da pele ou cabelos. Pode ser causada por bactérias, fungos, vírus ou apenas pela inflamação de um pelo encravado. 

As lesões se assemelham às espinhas, com pontas brancas ao redor de um ou mais folículos pilosos. A maioria dos casos é superficial, mas é comum dores e coceira.

O quadro pode se curar sozinho, no entanto, casos mais graves e recorrentes exigem o tratamento com um dermatologista, pois podem deixar cicatrizes.

Impetigo

Essa infecção acomete as camadas mais superficiais da pele, atingindo apenas a epiderme. Pode-se manifestar clinicamente como bolhoso e não bolhoso, em uma proporção de 30% para bolhoso e 70% para casos não bolhosos. O principal causador é a bactéria S. Aureus quando não bolhoso, e S. pyogenes na maioria dos casos com bolhas. 

As lesões de impetigo afetam geralmente a região da boca e do nariz, formando crostas secas de cores amareladas indo para o vermelho. Apesar de acometer pessoas de todas as idades, o impetigo é mais comum em crianças entre dois e seis anos, sobretudo em dias mais quentes e úmidos, além de ambientes com higienização precária. 

O contágio se dá pelo contato direto com as lesões ou pelas gotículas de secreção nasal das pessoas infectadas, ou mesmo pelo compartilhamento de objetos contaminados (roupas pessoais, de cama, talheres, brinquedos, etc.). O período de incubação dura entre 4 a 10 dias.

Ectima

O ectima é semelhante ao impetigo, contudo, acomete as camadas mais profundas da pele, podendo deixar cicatrizes. Geralmente se trata de uma infecção em que o impetigo não foi tratado como deveria, trazendo consequências mais graves.

A infecção inicia por um ferimento já existente como escoriações, cortes ou picadas de inseto, quando o indivíduo está com o sistema imune debilitado ou vive em más condições de higiene. Alguns fatores podem favorecer a condição como alcoolismo, diabetes, AIDS ou desnutrição

Celulite infecciosa

A celulite infecciosa (celulite bacteriana) é uma dermatite causada pelas bactérias que conseguem adentrar a pele e invadir as camadas mais profundas da derme. Seus sintomas são vermelhidão intensa na pele, inchaço e dores, acometendo principalmente os membros inferiores. 

Também pode vir acompanhada de febre, pus e ínguas, sendo necessário o acompanhamento médico com urgência em virtude do risco de graves complicações como septicemia (infecção geral do organismo) e até de óbito, se não for tratada.

Pioderma gangrenoso

O pioderma gangrenoso é uma piodermite rara, cuja manifestação se dá por feridas grandes e dolorosas (úlceras) na pele, sendo mais frequente nos membros inferiores. 

As causas são desconhecidas, mas acredita-se que seja um distúrbio do sistema imunológico associado a ação das bactérias e demais condições subjacentes, como doença inflamatória intestinal ou artrite.

A doença se manifesta como uma pequena protuberância vermelha na pele, semelhante a uma picada de aranha. Após alguns dias o inchaço se transforma em uma grande ferida aberta e dolorosa. 

As ulcerações do pioderma gangrenoso se desenvolvem rapidamente. O tratamento permite que a doença seja controlada, no entanto, as cicatrizes e recorrências são comuns.

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Quando ir ao médico?

As infecções bacterianas do tipo piodermite podem se tornar graves, se espalhando por diferentes áreas do corpo, até chegar a corrente sanguínea. Isso ocorre quando o paciente não procura ajuda médica, quando o uso de antibióticos se dá muito tarde, quando não há o uso correto dos antibióticos ou quando ele não é o indicado para aquele tipo de infecção. 

Por isso é recomendado procurar ajuda de um dermatologista ou clínico geral ao notar qualquer alteração na pele, além de fazer uso do antibiótico receitado, respeitando doses, horários e dias. Caso não note melhora nos primeiros dias, é necessário voltar ao médico, principalmente se a infecção piorar. 

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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