Tudo o que você precisa saber sobre pelos encravados

Pelos encravados são um incômodo para muitas pessoas. Geralmente aparecem depois da depilação ou do ato de barbear, causando vermelhidão, dores e prurido (sensação desagradável que provoca coceira). 

Não é um problema grave e é até corriqueiro, contudo, exige atenção para que não evolua e traga mais desconfortos. 

Continue lendo o post, entenda mais sobre o que é, as causas e recomendações para prevenir.

O que são os pelos?

Antes de aprofundar no assunto, precisamos elucidar um pouco sobre a formação dos pelos em si. Os pelos são anexos da pele cuja função é auxiliar no isolamento térmico e proteção, visto que evitam possíveis agressões externas. 

São formados por queratina, um tipo de proteína que dá aos fios resistência, elasticidade e impermeabilidade. Os pelos nascem no folículo piloso, formados basicamente por duas partes, a raiz e a haste. A raiz fica sob a pele e a haste é a parte visível do fio. 

Os pelos não são ruins para o corpo, no entanto, em excesso podem prejudicar o caráter estético, tanto que homens e mulheres buscam a depilação. E é justamente após a depilação que costumam aparecer os temíveis pelos encravados.

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O que é o pelo encravado?

O pelo encravado chama-se pseudofoliculite e alguns autores chegam a chamar essa condição de doença inflamatória, que mesmo não sendo grave, causa impactos na autoestima e bem-estar do paciente. 

Em geral, o pelo encrava quando não consegue romper a camada de queratina abaixo da epiderme ou quando não encontra a saída do folículo piloso. Nos dois casos, continua crescendo, a ponta se curva e penetra de novo no folículo piloso ou permanece crescendo debaixo da epiderme. 

O organismo, por sua vez, reconhece o pelo como um corpo estranho e na tentativa de se livrar dele produz uma reação inflamatória, a foliculite. 

Essa reação causa lesões vermelhas na pele semelhante a espinhas, podendo gerar pus e dores no local afetado. Em alguns casos, é possível enxergá-lo dobrado sob a pele. 

O problema pode acometer homens, mulheres e crianças, ocorrendo com maior frequência quando os pelos são mais grossos ou encaracolados, sobretudo quando a pessoa tem poros estreitos ou cicatrizes na pele.

Qualquer parte do corpo pode ser acometida por pelos encravados, em especial aquelas partes depiladas, geralmente em que o pelo é mais grosso e abundante, a exemplo de virilhas e axilas. 

Quais os estágios?

A foliculite apresenta três etapas. Na primeira, o pelo fica sob a pele, há uma leve inflamação que provoca os sintomas clássicos (inchaço e vermelhidão). Na segunda fase o local pode apresentar dor e secreção (pus) e na terceira, um cisto pode surgir e a região fica rígida e muito dolorida. 

Nem sempre a pessoa passa pelos três estágios do encravamento. Na maioria dos casos, o pelo encravado não chega às fases 2 e 3 e é eliminado pelo organismo antes de sair secreções ou enrijecer.

Quais as causas?

Alguns fatores de risco influenciam o surgimento ou agravamento da foliculite, entre eles arranhões, escoriações, uso de roupas muito apertadas, falta de higiene adequada, obesidade, medicamentos para a tireoide, diabetes e depilação feita sem cuidados. 

Também são causas comuns o excesso de oleosidade na pele, sudorese excessiva, feridas cirúrgicas, inflamações cutâneas, dermatite, regiões com dobraduras de pele e ondulações cutâneas que criam o ambiente para o nascimento irregular dos pelos.

Além disso, as características naturais dos pelos como tamanho, formato e espessura podem contribuir para o encravamento, a exemplo de muito finos, grossos ou com crescimento em espiral, que tendem a encravar com maior frequência. 

Devemos citar ainda a forma de depilação, que também influencia, daí a necessidade de escolher o método adequado para a pessoa. Isso porque a técnica errada para aquele tipo de pele pode levar a indesejável foliculite. Algumas técnicas depilatórias podem provocar micro lesões que acabam se tornando uma porta de entrada para microorganismos e se transformar no maior fator para desencadear o encravamento. 

As lâminas são muito utilizadas por sua praticidade e popularidade, mas podem trazer prejuízos à pele. Isso porque elas podem ferir o tecido e estimular o crescimento de pelos encravados, visto que à medida que os fios são raspados, sua base tende a alargar, aumentando a dificuldade para romper a pele para crescer novamente. 

Por isso eles costumam encurvar embaixo da superfície cutânea e como consequência, encravar. 

Apesar de alguns indivíduos terem mais propensão ao surgimento da pseudofoliculite por conta dos fatores de risco, ninguém está imune ao problema, inclusive aqueles que utilizam diferentes hábitos depilatórios. 

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Como evitar?

A melhor forma de prevenção é manter a higiene adequada do corpo, evitar o compartilhamento de roupas, toalhas e evitar o uso de roupas muito justas. Também é importante optar por técnicas de depilação menos agressivas, sobretudo as lâminas. 

Outro ponto importante é a esfoliação, principalmente se você já possui um quadro de pelo encravado. Os esfoliantes corporais removem células mortas que ficam na camada superficial da pele, e sua retirada permite a passagem de pelo sem barreiras, evitando a foliculite. 

Quem tem predisposição a desenvolver pelos encravados, deve fazer a esfoliação intensa 3 a 4 dias antes da depilação e até uma semana após o procedimento. As mais suaves podem ser feitas duas vezes por semana, durante o banho. 

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Como tratar?

A pele com pelos encravados demanda cuidados especiais para evitar manchas e infecções. Em casos mais extremos ou se você não souber o que fazer, o dermatologista deve ser consultado, no entanto, os mais simples (na primeira e segunda fase) podem ser tratados em casa. 

Inicialmente é preciso retirar o pelo de forma manual e delicada, usando uma agulha esterilizada. A agulha deve ser inserida abaixo do fio para levantá-lo e assim retirá-lo, sem ter que furar a pele para isso. 

Na maioria dos encravamentos, o pelo será eliminado naturalmente em menos de uma semana. Caso isso não aconteça, o dermatologista deve ser procurado com urgência. Em hipótese alguma tente arrancar o pelo com as unhas ou pinça, visto que unhas e objetos perfurantes podem ferir a cútis e agravar a situação. 

Regiões onde o pelo encrava são portas abertas para agentes externos como bactérias e fungos, e as mãos sem luvas, mesmo que limpas, podem contaminar o local.

 Vale ressaltar que se a pseudofoliculite não for tratada corretamente, a pele pode infeccionar.

Há medicamentos para amenizar o problema, contudo, só devem ser indicados pelo dermatologista. São cremes anti-inflamatórios e antibióticos orais para amenizar a dor e ajudar no processo natural para desencravar os pelos.

Geralmente, o profissional indica dermocosméticos com ureia, pomadas ou cremes com fórmulas contendo ácido salicílico, peróxido de benzoíla, ácido glicólico e/ ou ácido retinóico. São formulações mais fortes e bem específicas, portanto, nada de se automedicar, pois não é possível saber se alguma delas pode fazer algum mal ou gerar algum efeito adverso. 

Portanto, evite a automedicação. Somente um médico capacitado pode indicar o tratamento eficaz e o uso adequado de uma eventual medicação. 

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP

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Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521. Médica Especialista em Dermatologia pela SBD. Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica - Principles and Practice of Clinical Research - Harvard Medical School (EUA).

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