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Cuidados com a pele do bebê

Cuidar de um bebê exige atenção especial a cada detalhe. Com tantos aspectos a considerar, é natural que pais e responsáveis — especialmente os de primeira viagem — sintam-se inseguros sobre algumas questões.

A pele do bebê é extremamente sensível e merece cuidados específicos desde os primeiros dias de vida. Neste artigo, você encontrará orientações práticas para manter a pele do seu filho sempre saudável.

Além da higiene adequada, a hidratação é fundamental para a saúde cutânea infantil. A pele desempenha funções essenciais para o organismo:

  • Termorregulação: controle da temperatura corporal através do suor e da circulação sanguínea;
  • Equilíbrio hidroeletrolítico: manutenção dos níveis adequados de água e sais minerais no corpo;
  • Barreira protetora: defesa contra toxinas, bactérias, vírus e fungos;
  • Percepção sensorial: sensação de toque, dor, pressão e temperatura;
  • Função endócrina: produção de vitamina D quando exposta ao sol.

Por isso, é fundamental escolher produtos desenvolvidos especificamente para bebês. Cosméticos formulados para adultos podem conter substâncias que alteram o pH natural da pele infantil — que é levemente ácido (em torno de 5,5) e serve como proteção contra micro-organismos.

O banho do recém-nascido deve ser breve (cerca de 5 a 10 minutos) e realizado com produtos que respeitem essa barreira natural de proteção.

Recomenda-se que os pais conversem com o pediatra ainda durante a gestação para escolher os produtos adequados. A água do banho não precisa ser esterilizada, mas é essencial verificar a temperatura — entre 36°C e 37°C — para evitar queimaduras na pele delicada do bebê.

A região das fraldas merece atenção especial. Mantenha a área sempre seca, trocando a fralda imediatamente após cada xixi ou evacuação. Utilize fraldas de boa absorção e aplique cremes de barreira à base de óxido de zinco ou petrolato (vaselina), que formam uma camada protetora contra a umidade e previnem irritações.

As assaduras (dermatite de fralda) são comuns, mas não devem ser consideradas normais ou inevitáveis. Se o bebê apresentar assaduras frequentes ou intensas, procure orientação médica. O pediatra ou dermatologista indicará o tratamento mais adequado para cada caso.

Para saber mais sobre este tema, leia também: Como tratar das assaduras de fraldas em bebês.

A dermatite de fralda é apenas um exemplo de condição que afeta a pele infantil. A seguir, você entenderá por que a pele dos bebês é mais vulnerável e quais cuidados são essenciais em cada fase.

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A pele do bebê: por que é tão sensível?

Você sabia que a pele da criança é consideravelmente mais fina que a de um adulto? Embora possuamos a mesma quantidade de camadas cutâneas durante toda a vida, na infância essas camadas são menos espessas — em alguns casos, até 30% mais finas.

Essa característica, combinada a outros fatores que explicaremos a seguir, torna a pele do bebê mais vulnerável e justifica a necessidade de cuidados especiais.

Durante os primeiros anos de vida, as glândulas sebáceas — estruturas responsáveis pela produção de sebo (oleosidade) — funcionam em menor intensidade. O mesmo ocorre com as glândulas sudoríparas, que produzem o suor. O sebo e o suor formam juntos o chamado manto hidrolipídico, uma película natural que protege a pele contra a entrada de substâncias nocivas e a perda excessiva de água.

Como essa barreira ainda está em formação nos bebês, a pele fica mais suscetível a irritações, alergias e infecções. É também nessa fase que podem surgir as primeiras manifestações de doenças crônicas, como a dermatite atópica — especialmente em famílias com histórico de alergias, asma ou rinite.

Além disso, bebês têm o hábito de levar objetos, mãos e pés à boca após contato com diversas superfícies, o que aumenta o risco de infecções. Por isso, a higiene adequada e o acompanhamento dermatológico são fundamentais desde cedo.

✓ Checklist de Cuidados com a Pele do Bebê

Clique em cada categoria para ver as orientações

🛁 Cuidados Diários no Banho
  • ✓ Banho de 5 a 10 minutos (máximo)
  • ✓ Temperatura da água: 36°C a 37°C
  • ✓ Sabonete neutro específico para bebês
  • ✓ Secar com toalha macia, sem esfregar
  • ✓ Hidratar logo após o banho
🧴 Hidratação e Produtos
  • ✓ Hidratante sem fragrância até os 6 meses
  • ✓ Evitar produtos com álcool ou corantes
  • ✓ Manter o mesmo produto se não houver reação
  • ✓ Consultar dermatologista antes de trocar marcas
🩹 Região das Fraldas
  • ✓ Trocar fralda a cada 2-3 horas ou após uso
  • ✓ Limpar com algodão e água morna
  • ✓ Secar bem antes de colocar nova fralda
  • ✓ Aplicar creme de barreira em cada troca
⚠️ Sinais de Alerta
  • ⚡ Vermelhidão intensa ou persistente
  • ⚡ Bolhas, pústulas ou descamação
  • ⚡ Febre associada a lesões de pele
  • ⚡ Coceira intensa que afeta o sono

Nesses casos, procure um dermatologista!

O sol na pele do bebê: benefícios e cuidados

A exposição solar é importante para a síntese de vitamina D, essencial para a saúde óssea e o sistema imunológico do bebê. No entanto, a pele infantil é muito mais sensível à radiação ultravioleta, exigindo cuidados específicos.

O banho de sol deve ser realizado por apenas 10 a 15 minutos, preferencialmente pela manhã (antes das 10h) ou no final da tarde (após as 16h), quando a radiação UV é menos intensa. Nunca exponha o bebê ao sol do meio-dia.

Até os 6 meses de idade, não se recomenda o uso de protetores solares. A pele do recém-nascido ainda está em desenvolvimento e pode reagir aos ingredientes presentes nesses produtos. Nessa fase, a proteção deve ser feita de forma física:

  • Roupas leves de algodão com mangas compridas
  • Chapéu ou boné com proteção para nuca e orelhas
  • Guarda-sol ou carrinho com cobertura
  • Evitar praias e piscinas até o bebê estar maior

Após os 6 meses, o filtro solar pode ser introduzido com orientação médica. Escolha produtos com FPS mínimo de 30, de preferência físicos (com óxido de zinco ou dióxido de titânio), que são mais suaves para a pele sensível.

Para saber mais sobre proteção solar, leia: Dicas de proteção solar.

Estudos indicam que cerca de 50% a 80% da radiação UV recebida ao longo da vida ocorre até os 18 anos. Isso reforça a importância de estabelecer hábitos de fotoproteção desde a infância — um cuidado que trará benefícios para toda a vida.

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☀️ Guia de Exposição Solar por Idade

Horários seguros e recomendações

🚫 10h às 16h

EVITAR exposição solar

Alto risco UV
6h 10h 16h 18h
✓ Seguro ✗ Evitar ✓ Seguro
👶 0 a 6 meses
  • Banho de sol: 10-15 min antes das 10h
  • SEM protetor solar
  • Proteção física apenas (roupas, chapéu, sombra)
🧒 Após 6 meses
  • Pode usar protetor solar FPS 30+
  • Preferir filtros físicos (óxido de zinco)
  • Reaplicar a cada 2 horas

Hidratantes para o bebê: como escolher e usar

Existem diversos hidratantes desenvolvidos especificamente para bebês, e dar preferência a esses produtos é fundamental. A pele infantil precisa de hidratação adequada para manter sua função de barreira e permanecer saudável e macia.

Até os 6 meses, opte por hidratantes sem fragrância (hipoalergênicos), pois os perfumes podem causar irritação ou alergias. Após essa idade, produtos com fragrâncias suaves e desenvolvidos para bebês costumam ser seguros.

Ao escolher um hidratante, observe:

  • Evite produtos com alfa-hidroxiácidos (AHAs), retinol ou filtro solar na composição
  • Prefira fórmulas com ingredientes suaves como glicerina, manteiga de karité ou ceramidas
  • Consulte o pediatra ou dermatologista para indicação personalizada

Uma dica importante: se o bebê não apresentou reação ao produto escolhido, evite trocar de marca desnecessariamente. Cada mudança exige que a pele se adapte a uma nova fórmula, o que pode causar irritações.

O melhor momento para hidratar é logo após o banho, com a pele ainda levemente úmida, o que potencializa a absorção do produto. Mesmo que a pele do bebê pareça saudável, a hidratação diária é um cuidado preventivo importante.

Além do hidratante corporal, utilize também sabonete líquido e shampoo adequados para a idade, com pH neutro e sem substâncias irritantes.

Acne neonatal e mília: condições comuns que não devem preocupar

Muitos bebês apresentam pequenos pontinhos brancos (mília) ou lesões semelhantes a espinhas no rosto nas primeiras semanas de vida. Essa condição, conhecida como acne neonatal, é bastante comum e não representa motivo para preocupação.

A acne neonatal geralmente surge por volta da terceira semana de vida e desaparece espontaneamente entre 1 e 3 meses. Essas lesões são causadas pela atividade das glândulas sebáceas do bebê, que ainda estão se regulando após a influência dos hormônios maternos.

Onde aparece: principalmente no rosto (bochechas, testa, queixo) e, às vezes, nos ombros.

O que fazer:

  • Manter a higiene normal com água e sabonete neutro
  • Vestir o bebê com roupas leves e frescas
  • Nunca espremer as lesões
  • Não aplicar pomadas, cremes ou medicamentos sem orientação médica

Quando procurar o médico: se as lesões estiverem associadas a febre, irritabilidade intensa, pus ou se não melhorarem após 3 meses, é importante buscar avaliação dermatológica para descartar outras condições.

Quando levar o bebê ao dermatologista?

A primeira consulta dermatológica do bebê é recomendada ainda no primeiro ano de vida — especialmente se houver histórico familiar de doenças de pele, como dermatite atópica, psoríase, alergias ou asma.

Geralmente, essa consulta acontece após os 6 meses de idade e é uma excelente oportunidade para os pais tirarem dúvidas sobre os cuidados diários com a pele, cabelos e unhas do bebê. O dermatologista irá:

  • Avaliar a saúde geral da pele, mucosas e couro cabeludo
  • Identificar manchas, pintas ou alterações que mereçam acompanhamento
  • Orientar sobre produtos adequados para cada tipo de pele
  • Estabelecer uma rotina de cuidados preventivos

O acompanhamento dermatológico deve continuar por toda a vida, com pelo menos uma consulta anual. A pele passa por transformações constantes, e essas mudanças são especialmente intensas na infância. Por isso, os cuidados precisam ser adaptados conforme a criança cresce.

Na Clínica Dra. Juliana Toma, em São Paulo, oferecemos atendimento dermatológico especializado para todas as idades, desde bebês até adultos. Nossa clínica é equipada com tecnologia de ponta, incluindo o laser Discovery Pico da Quanta System — uma das mais avançadas tecnologias em dermatologia atualmente disponíveis. Esse laser de picossegundos é utilizado para tratamento de manchas pigmentadas, cicatrizes e rejuvenescimento cutâneo, representando o que há de mais moderno em tratamentos dermatológicos.

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Principais doenças de pele em bebês

Conhecer as condições dermatológicas mais comuns na infância ajuda pais e cuidadores a identificar problemas precocemente e buscar tratamento adequado. A seguir, apresentamos as principais doenças de pele que afetam bebês:

🔍 Guia de Condições de Pele em Bebês

Clique em cada condição para saber mais

Acne Neonatal

Espinhas e pontinhos brancos no rosto

Causa: Hormônios maternos e atividade das glândulas sebáceas

Duração: 2-4 semanas (surge ~3ª semana)

Tratamento: Nenhum necessário, resolve sozinho

⚠️ Não esprema e não aplique produtos
Assaduras (Dermatite de Fralda)

Vermelhidão na região da fralda

Causa: Contato prolongado com umidade, fezes e urina

Sintomas: Vermelhidão, irritação, coceira, ardência

Prevenção: Trocar fraldas frequentemente, usar creme de barreira

✓ Procure o médico se houver bolhas ou pus
Dermatite Seborreica

Crostas amareladas no couro cabeludo

Causa: Excesso de oleosidade nas glândulas sebáceas

Local: Couro cabeludo, sobrancelhas, orelhas

Tratamento: Shampoos específicos e óleos para amolecer crostas

💡 Também conhecida como “crosta láctea”
Dermatite Atópica

Pele seca com coceira intensa

Causa: Predisposição genética + fatores ambientais

Sintomas: Pele seca, vermelha, com coceira e descamação

Tratamento: Hidratação intensiva + medicamentos (com prescrição)

⚠️ Condição crônica que requer acompanhamento médico
Brotoejas (Miliária)

Bolinhas vermelhas pelo corpo

Causa: Bloqueio das glândulas de suor (calor excessivo)

Local: Pescoço, costas, dobras do corpo

Prevenção: Manter ambiente fresco, roupas leves de algodão

💡 Melhora ao refrescar o ambiente
Micoses

Manchas com bordas elevadas

Causa: Infecção por fungos (contato com superfícies/objetos)

Local: Pele, couro cabeludo, unhas

Tratamento: Antifúngicos tópicos ou orais (prescrição médica)

⚠️ Contagiosa! Evite compartilhar toalhas e roupas

Acne neonatal

Condição muito comum em recém-nascidos, a acne neonatal se manifesta como pequenas lesões semelhantes a espinhas, geralmente no rosto. Surge nas primeiras semanas de vida devido à ação dos hormônios maternos nas glândulas sebáceas do bebê. Não requer tratamento e desaparece espontaneamente em poucas semanas.

Assaduras (Dermatite de fralda)

Todas as crianças que usam fraldas estão sujeitas a assaduras — e nem sempre é uma questão de higiene. A dermatite de fralda ocorre pelo contato prolongado da pele com umidade, fezes e urina, além do atrito com o tecido da fralda.

Sintomas: vermelhidão, ardência, irritação e coceira na região coberta pela fralda.

Prevenção: trocar fraldas frequentemente, manter a região seca e aplicar cremes de barreira.

Dermatite seborreica (Crosta láctea)

A dermatite seborreica, popularmente conhecida como “crosta láctea” quando afeta bebês, é uma inflamação que ocorre em áreas ricas em glândulas sebáceas.

Características: escamas brancas ou amareladas, oleosidade e, por vezes, coceira leve. Acomete principalmente o couro cabeludo, mas pode aparecer nas sobrancelhas, orelhas e dobras do corpo.

Tratamento: shampoos específicos e óleos para amolecer as crostas, sempre com orientação médica.

Dermatite atópica

A dermatite atópica é uma condição inflamatória crônica da pele, relacionada a predisposição genética e fatores ambientais. É mais comum em famílias com histórico de alergias, asma ou rinite.

Sintomas: pele muito seca, coceira intensa (especialmente à noite), vermelhidão e descamação. Pode afetar rosto, braços, pernas e dobras do corpo.

Tratamento: hidratação intensiva diária, medicamentos tópicos (corticoides ou imunomoduladores) e, em casos mais graves, tratamento sistêmico. O acompanhamento dermatológico regular é fundamental.

Brotoejas (Miliária)

As brotoejas são uma das queixas mais frequentes nos consultórios de dermatologia pediátrica, especialmente em climas quentes.

Causa: bloqueio das glândulas de suor devido ao calor excessivo ou roupas muito quentes.

Sintomas: pequenas bolinhas esbranquiçadas ou avermelhadas, coceira e irritação. Aparecem principalmente no pescoço, costas e dobras.

Prevenção: manter o ambiente fresco, vestir o bebê com roupas leves de algodão e evitar agasalhos excessivos.

Micoses

As micoses são infecções causadas por fungos, comuns na infância devido ao contato frequente das crianças com o chão, brinquedos e outras superfícies. Podem afetar a pele, as unhas e o couro cabeludo.

Características: manchas arredondadas com bordas elevadas, descamação e, por vezes, coceira.

Importante: as micoses são contagiosas. O tratamento com antifúngicos (tópicos ou orais) é essencial para evitar a transmissão para outras pessoas e outras partes do corpo.

Impetigo

O impetigo é uma infecção bacteriana superficial da pele, causada principalmente por Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes. É altamente contagioso e comum na infância.

Sintomas: lesões que começam como pequenas bolhas ou pústulas e evoluem para crostas amareladas (“cor de mel”). Em bebês, afeta principalmente a região da fralda e o rosto.

Tratamento: antibióticos tópicos ou orais, conforme a extensão das lesões. É fundamental manter as lesões limpas e evitar que a criança as toque para não espalhar a infecção.

Leia também: Conheça os principais tipos de dermatite e aprenda a diferenciá-los.

Cuidar da pele do bebê é um ato de amor e atenção que traz benefícios para toda a vida. Com os cuidados adequados desde cedo, é possível prevenir problemas e garantir uma pele saudável na infância e além.

Se você tem dúvidas sobre a pele do seu bebê ou gostaria de uma avaliação especializada, a Dra. Juliana Toma está à disposição para ajudar. Nossa clínica, localizada na Al. Jaú, 695 – São Paulo/SP, oferece atendimento dermatológico completo para todas as idades, com tecnologia de ponta e abordagem humanizada.

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Médica Dermatologista | CRM-SP: 156490 | RQE: 65521

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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