Pele ressecada – o que pode ser?

Sua pele está ressecada? O ressecamento da pele é algo comum e muitas vezes está associado a fatores externos, a exemplo do uso inadequado de produtos para peles ou condições climáticas adversas. 

Por exemplo, se você passou muito tempo em um ambiente que estava muito frio ou muito quente, sua pele pode desidratar e ficar com um aspecto mais seco. Isso ocorre porque esses fatores acabam afetando a capacidade do tecido epitelial de reter a umidade.  

Em casos mais específicos, o ressecamento está associado a fatores internos, como alterações hormonais, sendo um sintoma de algo mais grave. 

Continue lendo, entenda como esse processo de ressecamento ocorre, qual o tratamento e quando é necessário procurar um dermatologista. Acompanhe!

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Quais as características da pele ressecada?

No Brasil, a pele oleosa é a mais comum, entretanto, o ressecamento pode acometer a população por diferentes motivos. 

O ressecamento, apesar de pouco preocupante em relação às doenças que acometem a pele, é uma das principais causas de queixas associadas a esse órgão. Estima-se que 40% das visitas ao dermatologista tem como motivo esse problema. 

A pele ressecada ou seca é resultado de uma alteração na barreira cutânea, que reduz sensivelmente a produção de lipídios, tornando sua estrutura irregular. 

Nesse cenário, as células epiteliais não conseguem reter água da forma que precisam, fazendo com que a aparência e sensação típicas do ressecamento surjam. 

A pele ressecada é mais áspera, perde seu brilho natural e se irrita com facilidade. Em casos simples, também pode gerar desconforto, coceira, sensação de repuxamento, descamações e pequenas rachaduras. 

O ressecamento pode ser evidenciado em qualquer parte do corpo, no entanto, a condição é mais frequente no rosto, mãos, braços, joelhos, pés e cotovelos, já que são áreas que comumente ficam mais expostas do que as outras. 

Veja os estágios:

Pele levemente seca

Em casos mais leves e no início do quadro o ressecamento é visível através de um estiramento leve ou aspereza suave da pele.

Pele seca

Conforme a pele perde mais umidade, seu aspecto fica mais áspero, podendo apresentar rachaduras ou descamação, e ainda coçar.

Pele muito seca

Se o ressecamento não for tratado ou se for ineficaz o tratamento, a pele pode ficar ainda mais danificada, muito tensionada, áspera e rachada. Nessa fase a coceira é mais intensa.

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O que causa o ressecamento da pele?

Como explicado, a pele fica seca quando perde gordura (os lipídios naturais), o que resulta na quebra da sua barreira superficial, impedindo que ela retenha umidade. 

Esse processo aumenta a velocidade com que a pele perde umidade até comprometer as aquaporinas cutâneas, canais de distribuição que atuam nos níveis mais profundos da derme e que regulam a umidade interna.

Os seguintes fatores desencadeiam a perda de umidade da pele:

Mudanças climáticas

Ficar muito tempo exposto a temperaturas frias é um dos fatores que mais ressecam a pele. Isso acontece porque quando a temperatura diminui a pele perde sua hidratação. O mesmo pode acontecer em temperaturas altas, pois as glândulas sebáceas e sudoríparas produzem menos óleos e suor.

Banho muito quente

O calor da água remove a gordura natural da pele, ressecando-a. Quando o banho ainda é feito com um sabonete ruim, com ph inadequado, o resultado pode ser pior, porque ele tende a eliminar a camada oleosa da pele, tornando-a mais seca.

Natação e hidroginástica

Não quer dizer que um banho de piscina vai ressecar a pele, mas ficar muito tempo embaixo d’água sem qualquer proteção pode causar o ressecamento. Isso acontece porque o cloro e os demais produtos químicos para o tratamento, embora seguros, podem agredir a pele ao longo do tempo. 

Dieta pobre em vegetais e frutas

Vegetais e frutas são alimentos ricos em vitaminas, minerais e outros nutrientes que auxiliam na proteção das camadas da pele. Quando você deixa de consumir esses alimentos sua pele pode deixar de ser saudável e bonita.

Pouca ingestão de líquidos

Água e outros líquidos evitam a desidratação da pele. Do contrário, ela pode ficar mais áspera e com menos elasticidade, podendo levar, inclusive, à descamação. 

Uso frequente de roupas de tecido sintético

Tecidos sintéticos como poliéster ou elastano impedem a transpiração adequada da pele, criando um ambiente propício para que ela fique mais áspera e ressecada.

Reação a determinados remédios

O uso de determinadas drogas diuréticas como a furosemida e a hidroclorotiazida desencadeia no organismo a eliminação excessiva de água. Além dessas substâncias, outros medicamentos podem levar à desidratação e ai ressecamento da derme, como remédios para pressão alta, alergia e para o tratamento do colesterol alto.

Dermatite atópica

É uma doença que dificulta a retenção de água pelas células epiteliais porque impede que a pele produza os lipídios necessários para manter a hidratação dos tecidos.

Para diagnosticar a dermatite atópica é importante avaliar outros sintomas associados como coceira e manchas avermelhadas na pele, principalmente nos joelhos, costas das mãos, cotovelos e virilha.

Alterações hormonais

O ressecamento também indica alterações na produção do hormônio estrogênio, estando associado a outros sintomas como dores de cabeça, tonturas, secura ba boca e nos olhos, além de momentos de confusão.

Diabetes

O ressecamento da pele pode ser um sintoma de diabetes, pois a doença pode levar a lesões nos nervos que controlam a produção de lipídios e suor, diminuindo a oleosidade e hidratação da pele

Ademais, a diabetes provoca o aumento da fome, sede, boca seca, cansaço excessivo e vontade constante de urinar. Tudo isso faz com que o organismo retenha menos líquido.

Idade

Conforme a pele vai amadurecendo, a atividade das glândulas sebáceas e sudoríparas reduz significativamente. Essa condição resulta na redução da capacidade de produzir lipídios e suor, assim a quantidade de água na pele e sua capacidade de reter a umidade também são diminuídas.  

Esses fatores levam ao ressecamento da pele, que por sua vez está ligado ao seu envelhecimento e o desenvolvimento de rugas e linhas mais finas.

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Como evitar o ressecamento?

Você pode evitar a pele ressecada através de hábitos simples, mas constantes, como:

  • Evite a exposição prolongada ao ar seco, ficando menos tempo em locais externos durante o clima muito frio ou quente. Se possível use um umidificador dentro de casa, tanto em dias quentes ou frios, se tiver predisposição a ter pele seca; 
  • Evite banhos quentes e demorados, pois tiram a barreira protetora;
  • Use sabonete hidratante, dermatologicamente testado;
  • Evite qualquer produto para pele que tenha álcool em sua composição, pois ao evaporar ele leva consigo a água dos tecidos epiteliais;
  • Use hidratante adequado para seu tipo de pele com frequência. O melhor momento para a aplicação é após o banho, quando ela está úmida e limpa. 
  • Consuma alimentos ricos em vitamina como leguminosas, mamão, laranja, brócolis, couve, limão, abóbora, frutas vermelhas, etc;
  • Dê preferência a roupas produzidas com materiais naturais, como algodão e seda, que não irritam a pele e permitem que ela “respire”. Evite tecidos sintéticos e a lã natural que podem irritá-la;
  • Evite a exposição solar nos horários entre as 10 da manhã e 4 da tarde; 
  • Beba ao menos 2 litros de água por dia. 

Na hora de optar por seus dermocosméticos para a pele ressecada, dê preferência por cremes e loções que tenham em sua composição a ureia e outros atiradores das aquaporinas, proteínas responsáveis pela captação de água.

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Quando ir ao dermatologista?

Quando o ressecamento dura mais de duas semanas, quando acompanhado de algum tipo de lesão ou coceira intensa, além dos casos em que o uso de cremes não é o suficiente para mudar o quadro. 

Ao consultar um dermatologista será possível identificar a causa correta. O especialista vai avaliar os sintomas, conduzir testes se necessário e iniciar o tratamento adequado. 

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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