Como tratar Urticária

A urticária é uma reação de pele caracterizada por manchas vermelhas, edema e prurido. 

Este é um problema bastante comum e está entre as dermatoses mais frequentes. Estima-se que cerca de 15% a 20% da população terá pelo menos um episódio agudo da doença ao longo da vida. Por causa desta alta prevalência, é muito importante falarmos sobre como tratar urticária. 

Se você tem algum tipo de alergia de pele, saiba que as chances de desenvolver este problema é ainda maior, já que os mecanismos de tais distúrbios possuem similaridades. 

Mas não se preocupe, urticária tem cura. Para isso, é preciso identificar a sua causa e se afastar dela. Caso isso não seja possível, será então considerado um quadro crônico da doença e o seu tratamento deverá ser realizado continuamente por muitos anos. 

Para entender mais sobre esta condição, continue a leitura! Te apresentaremos a doença, suas principais características e causas, e falaremos de maneira especial sobre como tratar urticária.

O que é urticária?

Apesar de ser um problema comum, muitas pessoas não conhecem a nomenclatura.

Urticária consiste na reação alérgica cutânea que tem como principais características vermelhidão, inchaço, coceira e o aparecimento de placas em relevo na pele.

Tais lesões podem se desenvolver nas mais diversas partes do corpo. Além disso, se manifestam isoladamente ou em conjunto, variando ainda em seu tamanho e forma. 

Geralmente, a doença acontece por meio de surtos, surgindo em qualquer período. As manchas simplesmente aparecem sobre a pele, permanecem por algumas horas e podem desaparecer completamente sem deixar nenhuma marca. 

Este distúrbio é consideravelmente mais comum em jovens adultos, na faixa dos 20 aos 40 anos. Contudo, existem casos em pessoas de todas as idades, inclusive em crianças e bebês.

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Tipos de urticária 

A urticária é classificada em diferentes tipos conforme sua duração e sua causa. Veja a seguir.

Classificação conforme tempo de duração 

Urticária aguda: quando os sinais e sintomas desaparecem após algumas semanas.

Urticária crônica: quando os sintomas possuem uma duração superior a um mês e meio.

Classificação conforme causa

Urticária induzida: quando é possível diagnosticar a causa da reação, que pode ser fatores como medicações, alimentos, infecções, calor, frio, etc.

Urticária espontânea ou idiopática: quando a causa do problema é desconhecida, ou seja, não foi possível identificar o fator responsável pela reação. 

Falando em causas, este é o nosso próximo assunto.

Causas da urticária

A etiologia desta condição está relacionada à liberação de histamina na circulação sanguínea como reação a um estímulo, causando assim o aspecto alérgico.

São diversos os fatores etiológicos relacionados à urticária, dentre eles fatores fisiológicos, emocionais, alimentares, químicos e físicos.

Fatores fisiológicos

Nos referimos a presença de outras condições de saúde, como doenças autoimunes ou infecciosas, a saber:

Fatores Emocionais

As condições emocionais contribuem para o desenvolvimento de alergias. Além disso, em muitos casos, produz o agravamento do quadro devido à vulnerabilidade imunológica provocada. Sem dúvidas, no que diz respeito a esses fatores, o estresse e a ansiedade merecem destaque.

Fatores Alimentares

Já os fatores alimentares relacionados à urticária se relacionam com a ingestão de alimentos alergênicos, como por exemplo:

  • Ovos
  • Leite
  • Frutos do mar
  • Amendoins, avelãs, sementes, nozes

Fatores Químicos

Os fatores químicos mencionados referem-se à ingestão de determinados medicamentos e substâncias tóxicas, como:

  • Pólen
  • Penicilina
  • Ácido acetilsalicílico

Fatores Físicos

Por fim, os aspectos físicos que podem gerar urticária incluem:

  • Contato com látex
  • Contato com pelo de animais
  • Pressão sobre a pele
  • Exposição ao sol
  • Temperatura (exposição ao frio ou calor)
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Sintomas de urticária

Os vergões sobre a pele são, sem dúvidas, o principal sintoma da urticária. Estas lesões são caracterizadas por um aspecto avermelhado em alto-relevo em relação à superfície da pele, geralmente com formato oval, e surgem acompanhadas por uma sensação de coceira insistente e intensa.

É importante alertar que os sintomas podem aparecer imediatamente após a exposição, como podem surgir horas depois. Além disso, o quadro pode ter duração de 24 horas, ou pode levar dias ou semanas para desaparecer.

Muito embora não seja considerado grave, há casos de urticária que surgem na região da garganta, o que pode atrapalhar a deglutição, bem como causar o fechamento de vias aéreas, nestes casos, é necessária uma intervenção médica de urgência.

Diagnóstico

Não poderíamos falar em como tratar urticária sem falarmos sobre o seu diagnóstico. A identificação da doença e, neste caso, principalmente da sua causa, é essencial ao tratamento. 

Diante dos sintomas apresentados anteriormente recomendamos que consulte um dermatologista de sua confiança. Ao longo da consulta o médico irá fazer algumas perguntas relevantes a respeito dos sintomas e do seu histórico de saúde. 

É importante considerar fatores de risco que tornam alguns indivíduos mais predispostos a desenvolver urticária, a saber:

  • Histórico de alergias na infância
  • Histórico familiar de alergias
  • Presença de doenças do sistema imunológico

É muito importante que você compartilhe sua queixa em detalhes com o médico. Sendo assim, descreva cada episódio e os sintomas experimentados (vermelhidão, edema, coceira, etc). 

Caso existam também manifestações sistêmicas da doença (inchaço no rosto, falta de ar, dentre outras), não deixe de as relatar, elas podem indicar um quadro mais grave. 

Durante esta fase da consulta, que chamamos de anamnese, o especialista irá ainda querer saber se existem fatores de melhora ou piora.

Por exemplo, existe algum produto que você tenha usado que tenha minimizado os sintomas?

Da mesma forma, descreva se algo do que já testou gerou piora do quadro. 

Neste momento, o médico obterá informações que darão algumas pistas sobre as possíveis causas da urticária, o que é muito importante no controle da evolução do problema. 

Nem sempre o histórico clínico e os sintomas são suficientes para esse diagnóstico, já que o distúrbio pode ter origem em algo que antes era perfeitamente tolerado.

Exame Físico

O exame físico vem para complementar o que foi analisado durante a anamnese. Geralmente, o especialista começa a partir daquilo que foi a queixa do paciente, seguindo para uma avaliação mais generalizada. 

Durante o exame, serão verificados de maneira especial lábios, língua, garganta e vias respiratórias. Em casos mais avançados essas regiões podem estar inchadas, o que precisa ser controlado com urgência, tendo em vista que coloca em risco a vida. 

A aparência da urticária também é importante, além de uma análise dos sintomas do distúrbio, sua evolução e uma verificação de quais são as áreas do corpo afetadas. 

Geralmente, o especialista usa alguns estímulos físicos como calor, frio ou pressão para ver se algum deles provoca a urticária. A ideia é, de alguma forma, investigar qual foi o seu fator desencadeador.

Exames Complementares

Os exames complementares são muito úteis em casos de urticária. Neste sentido, o hemograma costumeiramente é o primeiro a ser prescrito. O teste permite mensuração de eletrólitos, açúcar, do hormônio da tireoide e uma avaliação da função hepática e renal.

Testes mais específicos para a pele também são válidos, como o teste por escoriação da pele para identificação de um alérgeno específico. 

Exames de imagens podem ser indicados de acordo com o histórico médico do paciente e com as percepções médicas a respeito do exame físico. 

Por último, devemos citar a biópsia, que geralmente é indicada quando o diagnóstico do problema não é claro apesar dos demais métodos de estudo utilizados, ou quando o quadro permanece em evolução mesmo com o tratamento.

Como tratar urticária

Muitos casos não precisam de tratamento, pois os sintomas desaparecem sozinhos. Porém quando há recorrência, é fundamental procurar um médico. Independente da evolução do quadro, o diagnóstico da causa ajuda a prevenir novas crises. 

Quer saber como tratar urticária? Comece ficando longe do seu fator desencadeador!

Evite as causas

Esta é, sem dúvidas, a forma mais simples de lidar com a urticária. Contudo, para isso, você precisará antes, identificar com precisão o agente causador da reação. Ao longo deste artigo descrevemos as causas mais comuns do problema, ficou, portanto, mais fácil avaliar as possibilidades. 

Embora essa autoanálise seja muito válida, a consulta com o especialista, seja ele dermatologista ou alergologista, é indispensável. O médico fará uma investigação mais aprofundada do quadro, indicando testes, se assim for necessário. 

Nem sempre é possível o diagnóstico da causa, o que acaba dificultando o tratamento. Quando isso acontece, é recomendado um acompanhamento médico bem próximo e um tratamento prolongado

Medicamentos anti-histamínicos

O uso de anti-histamínicos, mais conhecidos como anti-alérgicos, é sem dúvidas a resposta mais comum para você que deseja saber como tratar a urticária. Tais medicamentos são recomendados mesmo quando não é possível a identificação da causa do problema. 

Esses fármacos ajudam a conter a reação inflamatória característica da urticária, minimizando seus incômodos sintomas, que podem atrapalhar as atividades do dia-a-dia da pessoa afetada. 

Além dos seus efeitos potenciais, esses medicamentos podem ser usados por longos períodos, já que o risco de efeitos colaterais é baixo. Contudo, independente disso, a automedicação é contraindicada. Não faça nenhum tipo de tratamento senão aquele recomendado pelo seu médico.

Medicamentos corticoides

Os corticoides são indicados para crises mais intensas, com sintomas mais graves, em especial aqueles que não demonstram melhoras com o tratamento por meio de anti-histamínicos. 

A terapia com corticoides como a Prednisolona tem potencial anti-inflamatório, agindo diretamente sobre a reação que caracteriza a urticária. Embora sejam medicamentos poderosos e muito eficazes, seu uso deve ser controlado, já que podem produzir uma série de efeitos colaterais, que incluem aumento da pressão arterial e até enfraquecimento dos ossos. 

Por causa disso, o tratamento com corticoides, se necessário, é realizado por tempo delimitado, sempre sob orientação médica.

Associação entre anti-histamínicos e corticoides

A combinação entre anti-histamínicos e corticoides é uma forma de acelerar a recuperação da pele. Geralmente, este é o tratamento indicado para pacientes que sofrem com urticária crônica, ou seja, quando os sintomas persistem por mais de um mês e meio. 

Neste caso, a ideia é que os medicamentos anti-alérgicos sejam complementados pelos corticoides, que tendem a ter um efeito mais potente. A associação é útil para alívio dos sintomas mesmo quando não se evita a causa da urticária.

Caneta de Epinefrina

A caneta de epinefrina, como é conhecida a infeção de adrenalina, é o tratamento indicado para casos de urgência. Normalmente, quando há inchaço da língua, dos lábios e dificuldades para respirar. Nestes casos, a substância deve injetada de forma imediata.  

Este medicamento tem efeito antiasmático e vasopressor, sendo muito utilizado em pacientes que apresentam indicativos de crise alérgica grave. 

O remédio é vendido em farmácias convencias e pode ser adquirido perante receita médica. Além disso, as injeções podem ser aplicadas em casa, devendo ser injetada no músculo. 

Contudo, de toda forma, deve-se procurar um hospital ou o médico responsável pelo tratamento imediatamente após a aplicação.

Vale alertar que a dipirona é contraindicada para o tratamento de urticária. Reiteramos ainda o alerta sobre a não auto-medicação. Somente o médico poderá definir a dose e o tipo de medicamento adequados para cada caso.

Além disso, algumas técnicas caseiras, como aplicar compressas frias na pele nas áreas afetadas, podem ajudar a controlar os sintomas e o desconforto provocado pela urticária.

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Recomendações Gerais

Agora que você já sabe como tratar urticária, vamos a algumas recomendações mais genéricas. Seguem algumas dicas para você que já teve urticária ou mesmo que possua alguma propensão ao problema. 

  • Seja cuidadoso. Se você já sabe qual é o fator responsável por desencadear seus surtos, mantenha-se longe dele. 
  • Em meio aos episódios de urticária, evite coçar a pele, você pode acabar piorando os sintomas. 
  • Não se automedique. Siga as orientações médicas. Caso ainda não tenha se consultado para uma avaliação, faça uma visita a um dermatologista de sua confiança. 
  • Aplique compressas frias sobre as áreas de vermelhidão, você sentirá um considerável alívio da coceira, que sem dúvidas, é um dos sintomas mais incômodos deste distúrbio. 
  • Diante de qualquer sinal de complicações (inchaço no rosto, nos lábios, na língua ou sensação de falta de ar), busque atendimento médico com urgência. 

 

Para finalizar, relaxe e cuide da sua saúde emocional. O estresse é uma das causas mais comuns de urticária!

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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