Luz pulsada para melasma – como funciona!

O melasma é uma condição em que há o aumento da pigmentação das células da pele, causando manchas escurecidas. A luz pulsada para melasma é um dos tratamentos mais eficientes, pois atua diretamente na hiperpigmentação, devolvendo a tonalidade natural da pele.  

Trata-se de um procedimento muito utilizado para fins estéticos, como para redução de marcas de envelhecimento, rugas, cicatrizes de acne, flacidez, entre outras aplicações, mas que também é bastante eficaz na redução das manchas de melasma. 

Saiba mais sobre as causas do melasma e aprenda a diferenciar essa de outras condições! 

Continue lendo o post, entenda como funciona a luz pulsada no tratamento das máculas, indicações, contra-indicações, cuidados e tudo mais que você precisa saber sobre o tema. Boa leitura!

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Como a luz pulsada para melasma funciona

Em termos leigos, a luz pulsada é capaz de destruir o excesso de melanina acumulada na derme papilar e epiderme causador das máculas pigmentadas. Acredita-se que o efeito foto-térmico da luz pulsada (que inclui luz e calor) queima e coagula as partículas de melanina da pele, que por sua vez, são “eliminadas” pelo organismo. 

A luz pulsada não é “a mesma coisa” que o laser, pois se diferencia pelo tipo de luz produzida, no caso a policromática e não colimada, que gera efeitos fototérmicos, fotoquímicos e fototermólise seletiva na pele.  

É utilizado um aparelho específico que emite pulsos únicos, duplos ou triplos com 2 a 25 milisegundos cada, com intervalos que variam entre 10 e 500 milisegundos. Também são utilizados filtros conforme o comprimento de onda e a necessidade do tratamento. 

No caso do melasma o espectro do comprimento de onda varia entre 390 nm a 510 nm ou 520nm a 1200nm, dependendo do tipo de melasma, sua coloração e grau de intensidade. 

A luz age sobre o pigmento de melanina na célula hiperpigmentada. A emissão dos pulsos de luz disparados na pele evapora o pigmento. O dermatologista vai definir o comprimento das ondas, a duração e o pulso, a partir do tamanho da ponteira, densidade, potência (quantidade de energia) e frequência. 

Luz pulsada associada ao tratamento tópico

O estudo “Intense Pulsed Light for the Treatment of Refractory Melasma in Asian Persons” (Luz Intensa Pulsada para Tratamento de Refratários) foi conduzido com pacientes de melasma do tipo dérmico e misto.

O método utilizou a luz pulsada durante 4 semanas juntamente com o creme de hidroquinona (concentração 4%), tratamento tópico mais utilizado para a condição, e protetores solares a fim de prevenir e tratar a hiperpigmentação em um grupo. Outro grupo recebeu apenas a luz pulsada e o terceiro grupo recebeu apenas a hidroquinona (grupo de controle). 

A eficácia do tratamento em conjunto foi avaliada usando a lâmpada de Wood e um questionário de satisfação do paciente.

Os resultados mostraram que:

  • Os pacientes do grupo de luz pulsada apresentaram uma melhora média de 39,8% na concentração relativa de melanina, em comparação com a melhoria de 11,6% no grupo de pacientes que receberam apenas a hidroquinona;
  • 35% dos pacientes do grupo da luz pulsada apresentaram melhora;
  • No decorrer do tratamento, o grupo que obteve a luz pulsada juntamente com a hidroquinona apresentou 50% de melhora em comparação ao grupo de controle. 
  • Dois pacientes do grupo que recebeu somente a luz pulsada apresentaram hiperpigmentação pós-inflamatória e repigmentação parcial após 24 semanas contadas a partir da última sessão.

Como é conduzido o procedimento

Existem algumas condições para começar o tratamento. Antes do procedimento é preciso fazer o uso do filtro solar (FPS 30 ou mais). A pele não pode estar bronzeada e o paciente deve evitar o uso de medicamentos anti-inflamatórios, como aspirina, ibuprofeno, óleo de peixe, entre outros, visto o risco de hematomas. Também é recomendado o uso de creme clareador antes, conforme recomendação médica. 

É necessário fazer a limpeza de pele para a retirada de qualquer tipo de maquiagem ou resíduo dermocosmético. Alguns minutos antes da sessão, é aplicado um creme anestésico para evitar possíveis incômodos durante a aplicação da luz pulsada. 

Cada sessão dura em média 30 minutos, o paciente pode sentir algum desconforto.

Como é pós-procedimento

A tonalidade da região tratada pode apresentar vermelhidão e inchaço, que duram em média 2 ou 3 dias. As máculas de melasma ficam escurecidas por 7 a 8 dias. 

Após a primeira sessão já é possível notar alguma diferença nas manchas, no entanto, os resultados são mais visíveis após 2 ou 3 sessões, principalmente se o método estiver associado a outras terapias, como o uso do creme de hidroquinona e tretinoína, principais agentes tópicos usados no tratamento de melasma. 

Após o procedimento é necessário seguir as seguintes recomendações: 

  • Evitar a exposição solar entre às 10 da manhã e 4 da tarde durante os primeiros 10 após o procedimento;
  • Evitar banhos de piscina ou mar na primeira semana após o procedimento;
  • Utilize compressas de água fria em caso de irritação;
  • Se necessário, faça uma sessão de emissão luminosa calmante (necessária a recomendação do dermatologista. 
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A quem é indicado

A luz pulsada é indicada para o tratamento do melasma dérmico, em que há o depósito de melanina nos queratinócitos (células superficiais da pele), ao redor dos vasos superficiais e profundos; e do melasma do tipo misto, quando o excesso de pigmento ocorre tanto na epiderme, quanto na derme.

A quem é contra indicado

Gestantes, pessoas com vitiligo ou infecções ativas no local a ser tratado devem evitar o tratamento de luz pulsada devido ao risco de hipo ou hipercromia (alterações na coloração natural da pele).

Também devem evitar pessoas que estejam fazendo uso de Roacutan (para acne), corticoides, antibióticos, anticoagulantes ou remédios fototóxicos ou fotossensibilizantes. A pele fica mais sensível nesses casos, podendo gerar manchas caso o procedimento seja realizado. 

Pessoas com pele bronzeada devem aguardar pelo menos 30 dias para fazer o procedimento. 

Essas contraindicações devem ser levadas em consideração na avaliação médica para evitar complicações durante ou após o tratamento. Isso vai evitar vermelhidão em excesso, coceira, formação de bolhas, queimaduras de pele, entre outros riscos.

Os benefícios da luz pulsada

Além do tratamento das máculas de melasma, a luz pulsada pode ser adotada nos seguintes casos:

Remoção de manchas 

Além das manchas de melasma, a luz pulsada é indicada para remover manchas de sardas, lentigo solar, nevo melanocítico, entre outras manchas causadas pelo sol ou envelhecimento.

A luz pulsada clareia a pele, aumenta a formação de colágeno novo e elastina, melhorando o aspecto da pele como um todo, devolvendo sua tonalidade característica.

Tratamento de rosácea e telangiectasia

Essas duas condições deixam a pele avermelhada devido a dilatação de pequenos vasinhos sanguíneos e afetam principalmente nariz e bochechas. A luz pulsada vai promover a reorganização das células e a redistribuição desses vasos

Clareamento de olheiras

As olheiras causadas pela congestão vascular são facilmente tratadas com a luz pulsada, no entanto, as olheiras de origem hereditária podem ser mais difíceis de tratar.

Rejuvenescimento facial 

A luz pulsada é comumente usada para atenuar rugas, linhas de expressão, flacidez, entre outros sinais do tempo. O tratamento promove o aumento das fibras de colágeno e a organização das fibras de elastina, que com o tempo não são produzidas com a mesma intensidade pelo organismo.

O dermatologista é quem vai definir se o tratamento com a luz pulsada para melasma ou para qualquer outro fim é uma boa alternativa. É importante que ele esteja a par da condição do paciente, tenha registro, capacitação e experiência com esse tipo de terapia. 

Saiba mais sobre as causas do melasma e aprenda a diferenciar essa de outras condições! 

Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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