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Leucodermia Gutata – Causas, Sintomas e Tratamentos

Surgiram manchas brancas parecidas com sardas na sua pele (antebraços, braços ou pernas), começando com uma e logo depois se multiplicaram? Pode ser leucodermia gutata, também chamada de sarda branca e leucodermia solar, mas não se preocupe, já que é possível tratá-las e sua pele pode voltar ao padrão normal. 

Essas manchas são causadas pelo sol e geralmente aparecem depois de alguns dias de praia ou exposição solar. Na verdade, elas já poderiam estar lá antes do verão, mas muitas vezes se tornam mais evidentes após o bronzeamento. 

A boa notícia é que as manchas são assintomáticas, ou seja, não causam dor, coceira, desconforto (exceto o estético) e não são malignas na maioria dos casos. Contudo, precisam de atenção. Podem apresentar diferentes estruturas, tamanhos e classificações. 

Continue lendo, entenda mais sobre o tema, sintomas, diagnóstico e tratamento. Boa leitura!

O que é a leucodermia gutata?

Etimologicamente, leucodermia significa simplesmente uma cor mais clara do que a pele ao redor, e gutata significa que sua forma é parecida com as gotas das lágrimas.  

São manchas brancas causadas pelo sol, quando há exposição excessiva sem a devida proteção. São um sinal do fotoenvelhecimento da pele antes do tempo, uma vez que os raios UV lesionam os melanócitos, células presentes na epiderme que produzem melanina, que dá a coloração mais escura à pele. 

Geralmente são planas, apresentando uma superfície lisa, entre 2 a 10 mm de diâmetro e se manifestam principalmente nos braços, pernas, face e costas. É mais frequente em pessoas que passaram dos 40 anos de idade por conta do dano acumulativo de lesões nos melanócitos, contudo, se a exposição sem proteção for frequente, podem surgir em pessoas mais novas. 

Apesar de ser uma alteração benigna da pele, a leucodermia gutata é um sinal de que a pele não está sendo protegida de forma adequada dos raios solares UV e portanto, é fundamental começar a se proteger, com filtro solar e redução no período de exposição, para assim evitar o surgimento de complicações mais graves, a exemplo do câncer de pele.

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Quais os sintomas?

O quadro clínico é de manchas pequenas que surgem após a exposição prolongada, sendo mais evidente no verão. Pode surgir uma pequena mancha em um determinado dia e no dia seguinte elas parecem ter se multiplicado. 

Ademais, a pele fica ligeiramente mais fina e achatada do que o normal.

Já as características dermatoscópicas se apresentam como áreas brancas sem estrutura nas quais a rede de pigmento está ausente. Elas se estendem perifericamente com bordas e formas irregulares. 

As áreas brancas sem estrutura parecem “brilhar” nos locais em que há a perda sensível de melanócitos na epiderme. Esse brilho não é tão uniforme ou evidente quanto o brilho visto na dermatoscopia do vitiligo e pode haver vários tons de branco.

A leucodermia gutata se manifesta em diferentes padrões, são eles:

  • Padrão amebóide: área afetada sem estrutura branca com a borda semelhante a uma ameba;
  • Padrão de penas: área afetada sem estrutura branca, mas com extensões lineares semelhantes a penas e margens irregulares;
  • Padrão petalóide: as áreas afetadas brancas e com uma estrutura que lembra as pétalas de uma flor;
  • Padrão nebulóide: as áreas afetadas brancas sem estrutura apresentam bordas indistintas como uma nuvem. Outras descrições incluem padrões de ‘céu nublado’ e ‘nublado’
  • Perifolicular, perilesional ou difusa pigmentação pode ser observado com pontos vermelhos ocasionais.

 

Independente do padrão, as manchas não doem, sangram, coçam ou proporcionam qualquer desconforto.

LEUCODERMIA GUTATA (Sarda Branca) - Aprenda mais

Quais as causas?

Uma biópsia de pele pode demonstrar que não há pigmentos de melanina nos queratinócitos das lesões de leucodermia gutata. Queratinócitos são 80% das células presentes na epiderme, responsáveis pela síntese da queratina. Além disso, há uma redução sensível na quantidade de melanócitos na área acometida.  

A causa ainda é especulativa, sendo que a comunidade médica acredita que os sintomas sejam parte inevitável do processo de envelhecimento, que acaba gerando a redução gradual dos melanócitos, um processo semelhante aos cabelos brancos. 

Além disso, a leucodermia gutata não parece ser decorrente de traumas, infecções virais ou bacterianas. A teoria mais aceita ainda é de que a exposição solar excessiva (sem a devida proteção) e os raios ultravioletas provocam danos aos melanócitos e esses não produzem melanina como deveriam. 

Vale ressaltar que algumas pessoas também apresentam certa predisposição genética, dessa forma, as manchas podem surgir precocemente, ainda na juventude, contudo, é mais comum que surjam após os 40 anos.

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Como é conduzido o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico, por observação do dermatologista, que avalia a natureza das lesões e faz algumas perguntas sobre o histórico do paciente, como se possui algum trabalho que se expõe ao sol, casos de doenças de pele na família, entre outras informações que o ajudarão no diagnóstico.

Se ele julgar necessário, poderá solicitar uma biópsia para o diagnóstico diferencial de outras dermatites como a Pitiríase versicolor (pano branco), vitiligo ou lesões malignas, causada por fungos. 

A biópsia é um procedimento relativamente simples e rápido, feito com anestesia local e tem o intuito de investigar alterações na pele que possam ser um indicativo de malignidade.

Qual o tratamento?

Na maioria dos casos o tratamento é dispensado para leucodermia gutata, visto que as marcas são inofensivas.

Quando há grande desconforto estético, alguns métodos e tratamentos podem ser conduzidos para aliviar a aparência das lesões.

Entre os procedimentos podemos destacar:

Crioterapia leve

A Crioterapia refere-se às técnicas de aplicação de baixas temperaturas em regiões do corpo. No caso da leucodermia gutata, é utilizado spray ou aparelho específico para aplicar o nitrogênio líquido e assim restaurar a cor natural da pele. 

A destruição das lesões ocorre quando os cristais de gelo intra e extracelular geram uma série de alterações osmóticas, causando danos às membranas celulares, favorecendo a microcirculação da pele.

Dermoabrasão superficial localizada ou microdermoabrasão

Os dois procedimentos são semelhantes e basicamente promovem uma espécie de “lixamento” da pele para corrigir alterações em sua superfície, a exemplo de manchas, cicatrizes e asperezas. 

Podes ser feitos manualmente ou utilizando aparelhos dermoabrasadores. A técnica exige anestesia local e é conduzida no consultório dermatológico.

Enxertos de pinça de pele 

Consiste no transplante de tecido vivo de locais em que a pele está normalmente pigmentada. É uma técnica relativamente simples, uma vez que para a leucodermia o processo utiliza de um único tipo de tecido.

Tretinoína (creme ou gel)

A Tretinoína é indicada apenas para o uso tópico, no caso creme e gel, em adultos e pacientes acima dos 12 anos. O tratamento é prescrito pelo dermatologista para casos de fotoenvelhecimento cutâneo, proporcionando uma melhora em poucos dias após o início do tratamento. 

A administração de Tretinoína é uma alternativa para quem pode manter tratamentos mais invasivos, além de ser indolor e menos custoso. Essa substância não pode ser administrada via oral e mesmo na forma de creme ou gel, não é indicada para gestantes e lactantes.

Corticóides tópicos

Os esteroides tópicos (corticosteróides) são administrados no tratamento primário para diversas dermatites. Para a leucodermia gutata são utilizados esteróides de baixa e média potência como a hidrocortisona 1%, cujos efeitos foram semelhantes aos de alta potência, sem os efeitos colaterais. 

Em alguns pacientes, os esteroides conseguiram erradicar totalmente as manchas no curto prazo.

Vitamina A tópica

A Vitamina A é fundamental para o crescimento adequado e diferenciação dos tecidos. Este tratamento consiste na aplicação de cremes, pomadas ou gel para melhorar a aparência das lesões.

Microinfusão de Medicamentos na Pele (MMP)

Consiste na aplicação medicamentosa em um aparelho com microagulhas que perfuram as áreas lesionadas. Trata-se de um aparelho vibratório com possibilidade de regular profundidade e velocidades, dessa forma, os medicamentos estéreis são depositados diretamente no interior da pele. A técnica visa uma ação mais direta no problema. 

As vantagens da MMP vão desde a delicadeza nas perfurações, tratamento uniforme até os resultados mais rápidos.

Camuflagem cosmética

A camuflagem ou maquiagem cosmética permite reconstruir a imagem e a autoconfiança, camuflando as manchas. A técnica busca a uniformidade da pele em virtude da construção da imagem pessoal do paciente, visto que as dermatites costumam trazer consequências à autoestima. 

Vale ressaltar a necessidade de acompanhamento profissional durante todos os tratamentos, bem como a avaliação e testagens, visto que algumas tentativas de destruir as lesões podem deixar cicatrizes, marcas marrons ou brancas maiores, podendo parecer piores que a condição original. 

Daí a necessidade de somente recorrer ao dermatologista para quaisquer procedimentos estéticos que visam reduzir as manchas.

Quando procurar um dermatologista?

O dermatologista deve ser consultado em qualquer aparecimento de manchas, sejam elas sensíveis ou não. Caso as lesões aumentem, proporcionam alguma dor, ardência, coceira ou sangramento é necessário ir urgente ao consultório. 

Como mencionado, apesar de serem simples, as lesões causadas pela leucodermia gutata demandam atenção.

Como prevenir?

O passo mais importante na prevenção da leucodermia gutata é o controle na exposição do sol, bem como o uso de protetor solar com fator de proteção mínimo de 30 SPF em dias comuns e 50 ou mais quando for à praia ou piscina. Também é importante evitar a exposição nos horários em que os raios UV estão mais fortes, entre as 10h e às 16h.

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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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