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Xerose – saiba tudo sobre a pele seca

Xerose (Dermatite Asteatósica) é o termo médico para pele seca. Trata-se de um fenômeno comum, principalmente entre os adultos mais velhos ou durante o clima mais frio. 

À medida que envelhecemos, a retenção de líquidos é menor, fazendo com que a retenção de umidade seja mais difícil. É nesse momento em que a pele se torna mais áspera e ressecada, já que perde água e lipídios essenciais.  

A xerose é, muitas vezes, um problema temporário e não é grave, no entanto, pode causar desconforto e vergonha no paciente. Quando a pele está muito seca, descamativa, surgem fissuras ou quando o problema for recorrente, é hora de ligar o alerta e buscar ajuda. 

Continue lendo o post, descubra as causas da xerose, os sinais e as principais soluções para o problema. Acompanhe!

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Como a pele mantém sua hidratação natural

A pele possui a capacidade de regular sua hidratação. Em outras palavras, ela tem o poder de concentrar líquidos em suas diferentes camadas, o que depende principalmente das substâncias higroscópicas, como ureia, sais minerais, aminoácidos, lactato e PCA (pyrrolidone carboxylic acid), responsáveis por atrair e fixar as moléculas de água. 

Além disso, a barreira lipídica tem a função de reter a água e evitar que a pele perca líquidos por conta da evaporação (durante as atividades físicas, por exemplo), e os canais aquaporinas mantém a hidratação nas camadas mais profundas. 

Esse é um sistema muito efetivo e que se adapta bem às necessidade de hidratação epidérmica, mantendo a concentração adequada de água, independente das condições do ambiente. Ocorre que determinados agentes externos e internos modificam esse delicado sistema, levando ao ressecamento da pele, cuja severidade vai depender de inúmeros fatores. 

Quais os sintomas da xerose

A pele seca pode se manifestar de forma crônica ou aguda. Quando ela ocorre moderadamente, apenas um ou dois dos seguintes sintomas são evidentes, enquanto a pele muita seca apresenta todos eles:

Coceira – a xerose causa a perda do manto lipídico de proteção, dessa forma algumas substâncias entram em contato direto com a derme, desencadeando o prurido (coceira). O problema maior é que quanto mais a pessoa coça, mais substâncias são liberadas.
Aspereza – a pele áspera é um dos sintomas da pele seca, que também causa a morte das células do estrato córneo, deixando uma camada mais grossa dessas células na superfície.
Pele escamosa – é parecida com a pele áspera, no entanto o estrato córneo fica mais seco e inflexível.
Pele flocada – é quando a pele escamosa fica seca e descasca, principalmente quando passamos a mão. Muitas vezes, parece com um pó fino sobre a pele.
Tensão de pele – a pele fica mais tensa por perder sua elasticidade natural e hidratação. Isso faz com que fique menos flexível e perca seu volume.
Maior sensibilidade – a sensibilidade da pela seca permite que agentes externos irritem a pele, como água quente, perfumes, produtos de limpeza, entre outras substâncias com potencial irritativo.

Além disso, a pele seca facilita o desenvolvimento de reações inflamatórias, como a dermatite atópica e a psoríase. 

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O que causa a xerose

Entre as causas mais comuns da pele seca temos:

Deficiência rede de hidratação da pele

Os canais aquaporinas transportam as moléculas de água entre as células epiteliais. Quando há alguma deficiência, essa rede que transfere umidade para todas as camadas epidérmicas fica comprometida, aumentando o ressecamento da pele. 

Deficiência de lipídios na barreira cutânea

As células presentes no estrato córneo se ligam entre si por meio dos lipídios epidérmicos e como visto eles são fundamentais para manter a pele saudável. Eles são responsáveis por criar uma barreira protetora e aumentar a umidade nas camadas da epiderme. Qualquer problema na formação desses lipídios pode deixar a pele mais ressecada, áspera e tensa.

Deficiência de Fatores Naturais de Hidratação (FHNs)

As camadas de pele possuem diferentes fatores hidratantes naturais, os chamados FHNs, aminoácidos, ureia, PCA, sais minerais e lactato. Esses fatores atraem e retém a umidade no estrato córneo e nas camadas mais externas. 

Quando há alguma deficiências nos FHNs, a pele demora mais para cicatrizar, resseca e descama com mais facilidade. 

Fatores externos

Hábitos e fatores externos também contribuem com o ressecamento. São eles:

  • A luz solar sem proteção é um dos principais fatores do ressecamento cutâneo. Os raios UV ampliam a evaporação da água nas camadas, o que contribui para o envelhecimento cutâneo precoce, afetando a capacidade da epiderme de manter sua hidratação;
  • A limpeza frequente e o ato de esfregar muito a pele causa a destruição da camada protetora natural. O mesmo ocorre com o uso de cosméticos, sabonetes ou detergentes encarados como agressivos pela epiderme e a barreira lipídica;
  • A xerose é mais frequente com a umidade baixa, o que acontece no inverno; 
  • Um organismo desidratado não possui os recursos necessários para fornecer a  água que a pele precisa. Manter-se hidratado é fundamental para diversas funções do corpo, uma delas é a hidratação cutânea;
  • Alimentação pouco saudável não oferece os nutrientes necessários para manter o bom aspecto da cútis;
  • Uso de certos medicamentos também afetam a hidratação natural da pele, levando ao seu ressecamento.

Tratamento

O tratamento da xerose é feito por meio de aplicação tópica de cremes, séruns e essências para reforçar a parede lipídica e melhorar a hidratação. Á curto prazo são indicados produtos com umectantes, ureia, lactato, além de óleos vegetais. 

Também é importante fazer a limpeza de pele para retirar impurezas, minimizar os fatores que desencadeiam a xerose e permitir a melhor penetração dos compostos hidratantes. 

Como evitar a xerose

É possível evitar o ressecamento da pele com cuidados diários ou esporádicos, que incluem:

O ideal é apenas um banho, mas se for necessário mais de um, evite água quente e seja o mais breve possível. De 5 a 10 minutos são suficientes. Caso já tenha um quadro anterior de pele seca, evite esponjas ou buchas e dê preferência para sabonetes neutros ou hidratantes.
Use o filtro solar diariamente, de preferência aqueles que possuem hidratantes;
Dependendo do clima (seco ou muito quente) é necessário usar hidratante diariamente, principalmente após o banho, com a pele ainda úmida. Use mais de uma vez no dia caso tome banho de piscina, sauna ou fique exposto ao sol/ produtos químicos;
Se possível, use luvas apropriadas ao manipular produtos químicos ou de limpeza;
Hidrate as mãos sempre que possível;
Evite hábitos de fumar ou o consumo de bebida alcóolica em excesso;
Beba muita água.

Quando procurar um dermatologista?

Você deve consultar um dermatologista se:

sua pele está com lesões por conta da secura;
caso haja grandes áreas da sua pele descascando;
você tem uma erupção em forma de anel
sua pele não melhora dentro de algumas semanas mesmo com a hidratação;
O aspecto ficar mais seco mesmo com tratamento.

Em caso raros, o aspecto seco da pele pode ser razão de infecção fúngica ou bacteriana, uma alergia ou outra condição da pele. Evite sempre coçar a pele, pois pode levar a uma infecção, daí a necessidade de procurar ajuda profissional.

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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