Conheça os tipos de melasma

O melasma é uma condição caracterizada pela hiperpigmentação da pele, causando manchas escuras em regiões comumente expostas ao sol. A literatura descreve três tipos de melasma: epidérmico, dérmico e misto, conforme a camada da pele em que houve o depósito de melanina.

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Entender essa diferença vai ajudar não só no diagnóstico, como também no tratamento e possíveis medidas de prevenção para que ele não retorne. 

Continue lendo o post, entenda as principais características de cada tipo de melasma. Acompanhe!

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Quais são os tipos de melasma?

A pigmentação da pele se dá em um processo natural do organismo pela ação da melanina. Essa é produzida pelos melanócitos a partir da tirosina e cisteína. A camada superficial da pele é formada por queratinócitos, que recebem a melanina. 

No entanto, quando há ação de hormônios como o MSH, a quantidade de melanócitos que entram nas células de queratinócitos aumenta, resultando nas manchas. 

Basicamente, o local onde esse depósito de melanina está vai determinar o tipo de melasma. Veja a seguir.

Epidérmico

A epiderme é a camada superficial da pele e também a mais afetada por agentes externos como o sol. Trata-se da primeira camada de proteção da pele, por isso, o tipo de melasma mais comum é o epidérmico. Nele, há concentração de melanócitos (células responsáveis pela produção de melanina) e melanina. 

O resultado são manchas de coloração mais voltadas para o castanho, devido a maior concentração da melanina nos melanócitos e queratinócitos da epiderme. 

Geralmente, o melasma epidérmico é causado pela exposição ao sol sem proteção, mas também pode ser resultado de modificações hormonais. 

Na maioria das etnias, o volume de melanócitos e melanossomas é constante, no entanto, manifestações hormonais podem ter efeito direto na pele, causadas por estresse elevado, uso de anticoncepcional, determinados medicamentos fototóxicos, uso de cosméticos ou funcionamento irregular da tireoide, levando ao melasma.

Dérmico

A derme é a camada abaixo da epiderme, constituída por uma densa rede de tecido conjuntivo. Nessa camada, o pigmento está dentro dos melanófagos (macrófagos soltos na derme que destroem a melanina) ao redor dos vasos superficiais e profundos. 

No melasma dérmico, as manchas variam entre o castanho escuro e o azulado, devido à proximidade com os vasos sanguíneos e ao aumento da melanina nos macrófagos, que não conseguem eliminá-la por completo.    

Está comumente associado a uma exposição elevada aos raios solares sem proteção, em um nível maior do que o evidenciado na epiderme.

Misto

O melasma do tipo misto possui características dos dois tipos anteriores. A coloração varia entre o marrom e o azulado.

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Como é feita a diferenciação

O documento“A comparative study of combined treatment with fractional carbon dioxide and targeted ultraviolet B phototherapy for facial” estudou a lâmpada de Wood’s para diferenciar os tipos de melasma. Esse método consiste no uso de radiação ultravioleta A (R-UVA) para identificar a natureza das manchas e a deposição de melanina. 

A metodologia utilizada classificou em 4 tipos histológicos: epidérmico, dérmico, misto ou não determinado. 

  • Epidérmico – No melasma tipo epidérmico, a mancha se intensifica diante da luz emitida pela lâmpada de Wood’s. O contraste se intensifica devido ao aumento do volume de melanócitos, bem como ao aumento da melanina nas camadas mais profundas da epiderme, onde estão os queratinócitos (células de queratina da pele).  
  • Dérmico – No melasma tipo dérmico, não há aumento da pigmentação diante da lâmpada de Wood’s, devido a maior profundidade dos melanófagos. Os macrófagos com maior depósito de melanina estão localizados na derme superficial e na mesoderme. 
  • Misto – No melasma tipo misto, a pigmentação é mais nítida em algumas áreas, enquanto em outras, não há diferença. A melanina é evidente na epiderme, e quando comparada às manchas sem a lâmpada, é possível notar que não houve irradiação em áreas manchadas. 
  • Não determinado – Não é possível detectar a presença de melanina na epiderme mesmo com a presença de manchas.

Porque é importante identificar os tipos de melasma

Mais do que diferenciar de outras dermatites, entender a camada atingida pela derme, vai auxiliar em pontos como:

Diagnóstico 

Através das variações identificadas com o exame usando a lâmpada de Wood, é possível diferenciar o melasma de outras condições, inclusive de problemas mais graves. 

Exames adicionais como a biópsia podem ser solicitados se houver coceira, dores, formigamento ou aumento repentino.

Tratamento

A identificação do tipo de melasma auxilia principalmente no tratamento. Embora seja uma condição que não tenha cura, é possível que as manchas desapareçam por si só ou a partir de diferentes terapias. 

Para isso, é importante identificar os catalisadores do melasma e as camadas da pele atingidas, assim é possível definir as técnicas para aquele tipo.

Acompanhamento psicológico

Dependendo da camada atingida, o tratamento é mais complexo e as manchas podem ser mais difíceis de clarear, principalmente se estiver condicionada a um fator psicológico que cause estresse. 

Além disso, o melasma não deve ser visto somente como um distúrbio orgânico. O paciente deve ser avaliado em diferentes aspectos, levando em conta sua exposição solar, histórico genético, comorbidades e as consequências a sua vida social.

Agora você já conhece os tipos de melasma e a sua importância, continue seus estudos lendo mais sobre causas, sintomas e tratamentos.

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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