O que é ceratoacantoma? Sintomas, causas e tratamento

Surgiu uma pequena protuberância na sua pele semelhante a uma espinha, mas que cresceu rapidamente e ficou com aspecto crostoso? Pode ser ceratoacantoma, uma lesão epitelial proliferativa (crescimento rápido) benigna, que se manifesta como nódulos, geralmente apenas um.

Embora inofensivo na maioria dos casos, deve ser tratado assim que identificado para não evoluir e se tornar algo mais sério. Daí a necessidade de procurar um dermatologista assim que notar qualquer “caroço”, mancha ou lesão na pele. 

Continue lendo o post, entenda mais sobre o tema, causas, sintomas e tratamento. Boa leitura!

O que é ceratoacantoma?

O ceratoacantoma é um nódulo firme geralmente da cor da pele, com bordas demarcadas avermelhadas e uma cratera centralizada contendo material queratinoso. Pode ou não ser originado do folículo piloso que forma os pelos. 

Inicia-se como uma pápula vermelha semelhante ao molusco contagioso (outra doença de pele), no entanto, geralmente só um nódulo aparece. Como o crescimento é rápido, em cerca de duas semanas já atinge 1 a 2 cm de diâmetro, formando a cratera central, podendo permanecer estática por 3 meses ou mais e regredir espontaneamente depois de seis meses, deixando uma cicatriz. 

Na maioria dos casos o nódulo vai regredir sem tratamento, porém, pode se desenvolver e se tornar um ceratoacantoma gigante ou ainda vir a se tornar múltiplas lesões (mais raras). 

Mesmo com o desenvolvimento rápido, a dimensão das lesões geralmente apresenta de 1 a 3 cm, contudo, pode chegar a mais de 5 cm em menos de dois meses. Já a involução, pode iniciar poucos meses depois de chegar ao ápice, porém, não é garantida. 

Afeta principalmente as regiões que ficam mais expostas aos raios solares, como braços, pernas, face e lábio inferior. Em casos raros, podem surgir em uma área não exposta pelo sol como o vestíbulo nasal, causando dor intensa dentro do nariz quando qualquer pressão é aplicada na área externa. 

O ceratoacantoma apresenta uma ligeira predileção por pessoas do sexo masculino, de meia-idade e leucodermas (que apresentam perda da coloração da pele). Também estão associados fatores como tabagismo, trauma físico ou químico e imunossupressão. 

Clinicamente, as lesões apresentam três estágios bem definidos:

Primeiro – lesões múltiplas com origem genética ou familiar com crescimento rápido e proliferativo;

Segundo – lesão eruptiva generalizada caracterizada pela maturação em que a lesão adquire um aspecto crateriforme;

Terceiro – Tumor massivo expansivo com necrose e cicatriz.

Quais as causas?

A etiologia do  ceratoacantoma ainda é desconhecida, no entanto, muitos especialistas classificam as lesões como um carcinoma de células escamosas diferenciado, com tendência à involução. 

Acredita-se que sua patogênese seja uma resposta imunológica do organismo a algum agente, como ferida ou picada de inseto, associada a exposição à radiação ultravioleta, a carcinógenos químicos e o trauma local.

Como é conduzido o diagnóstico?

O diagnóstico é muitas vezes feito por análise clínica do dermatologista, que vai avaliar as principais características da lesão e entrevistar o paciente. Como diagnóstico diferencial, pode ser solicitado exame de biópsia ou excisão. 

Esses exames histológicos têm como objetivo diferenciar o nódulo de ceratoacantoma de outras doenças quando há alguma suspeita, algumas mais sérias como o carcinoma espinocelular

Alguns médicos consideram o ceratoacantoma como um subtipo de carcinoma até que haja marcadores confiáveis para diferenciar claramente os dois tipos de lesões.

Qual o tratamento?

Embora a evolução natural do nódulo seja a regressão espontânea, a remoção é o tratamento mais recomendado para evitar quaisquer reações imunológicas que possam fazer com que o nódulo evolua para um câncer, por exemplo. 

A remoção cirúrgica oferece os melhores resultados estéticos, encurta o tempo de evolução da doença e permite uma análise completa da lesão para excluir o ceratoacantoma. 

Além da remoção cirúrgica, outras terapias podem ser administradas, veja alguns exemplos:

  • Injeção de metotrexato ou 5-fluorouracilo: acelera o processo metabólico da lesão, chegando a regressão. 
  • Crioterapia: utiliza baixas temperaturas para congelar a lesão, que perde nutrientes, desidrata e cai em poucos dias. 
  • Cirurgia a laser: consiste no uso de luz pulsada para queimar o nódulo, destruindo suas células. São necessárias poucas sessões, que podem causar um pouco de dor, sendo necessária a anestesia local.
  • Eletrocauterização: remove o nódulo a partir de uma corrente elétrica que destrói seus tecidos. 
  • Ácidos abrasivos: corroem o nódulo de forma superficial, de modo a desidratar, retirar os nutrientes da lesão, que cai em poucos dias. O tratamento não causa dor, mas pode deixar cicatrizes.

Como prevenir?

Não é possível definir se uma pessoa está predisposta a desenvolver os ceratoacantomas, contudo, o risco aumenta com a maior exposição aos raios ultravioletas. Daí a importância de manter medidas para limitar os danos, como:

  • Evitar atividades fora de ambientes fechados como casa ou trabalho entre 10h às 16h (quando os raios solares são mais intensos);
  • Evitar banhos de sol, bronzeamentos caseiros ou câmaras de ultravioleta;
  • Aplicar filtro solar com fator de proteção acima de 30 FPS  com proteção UVA/UVB usado diretamente e reaplicado a cada duas horas se for fazer alguma atividade física ou nadar. 
  • Usar roupas protetoras, principalmente de fibras naturais como algodão, além de chapéu ou boné.

Quando ir ao dermatologista?

Basicamente, quando surgir qualquer mancha ou nódulo sem razão aparente, principalmente se vier acompanhado de dores, coceira, aumento repentino ou coloração mais escura. Somente o dermatologista, clínico geral ou oncologista pode definir o diagnóstico assertivo e o tratamento adequado. 

Vale ressaltar que os tratamentos apresentados devem ser realizados somente por especialistas como dermatologista, clínico geral ou oncologista. Não se deve passar nenhuma receita caseira ou conduzir algum dos tratamentos acima em casa.

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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