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Antes e depois da remoção de tatuagem

Como fica a pele após a remoção de tatuagem? Qual o melhor tratamento? Ao longo deste artigo esclarecemos o processo de remoção explicando mais sobre o antes e depois da remoção de tatuagem. Acompanhe. 

Conheça os principais métodos de remoção de tatuagem clicando aqui. 

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A tatuagem antes da remoção

Os tatuadores utilizam máquinas com agulhas que depositam a tinta nas camadas mais profundas da pele. A ponta da agulha atravessa a epiderme, a camada externa, e aplica a tinta na derme, composta também de nervos e vasos sanguíneos. 

Como a agulha causa feridas, o organismo inicia um processo inflamatório enviando células macrófagas para o local. Essas células tentam consumir a tinta para conter sua ação, pois as considera um agente invasor. Ocorre que os macrófagos não conseguem destruir todo o pigmento, que acaba fixando na derme para sempre. 

O pigmento de tinta se instala no tecido conjuntivo da derme, cuja constituição é mais densa que a epiderme, por isso mesmo com a renovação cutânea o desenho permanece lá, sem se dispersar para outras partes do corpo. O que pode ocorrer é uma perda da definição dos traços da tatuagem por conta da ação das células de defesa na tentativa de isolar o pigmento. 

A tatuagem durante a remoção

Dentre os principais métodos de remoção de tatuagem temos: 

Laser

O laser possui o mecanismo de ação mais eficaz atualmente. Os aparelhos atuais, como o Laser Spectra, emite um feixe de luz que atinge o pigmento, fragmentando-o em micropartículas. O processo facilita a fagocitose dessas partículas pelos macrófagos, que destroem o pigmento e os elimina no sistema linfático. 

A grande vantagem do laser é sua seletividade, dessa forma, o feixe de luz atinge somente o alvo, no caso, o pigmento, sem danificar a pele ao redor.

Peeling

O peeling é um método em que se utiliza um ácido para cauterizar as camadas da epiderme e derme juntamente com o pigmento. O intuito é estimular a renovação celular, assim uma nova camada cresce no lugar da antiga. 

Os ácidos mais comuns utilizados no tratamento são o ácido tricloroacético – TCA -e o ácido Feno, cuja fórmula é ligeiramente mais forte que o TCA.

O ácido é aplicado diretamente no desenho e age por cerca de 10 minutos para não comprometer os tecidos. São necessárias várias sessões para a remoção completa, o que vai depender do tamanho e das cores presentes na tatuagem.

Cirurgia

O método cirúrgico visa a retirada do tecido da tatuagem. Os desenhos menores são removidos por excisão, enquanto os maiores exigem também o enxerto de pele de outras partes do corpo. 

A cirurgia é um procedimento relativamente simples, em que não há a necessidade de internação do paciente. A duração aproximada é de 1 hora e o dermatologista ou cirurgião plástico utiliza apenas a anestesia, bisturi e suturas para fechar o local. Em pouco mais de duas semanas, o paciente retorna ao consultório para retirada dos pontos.

Dermoabrasão

A dermoabrasão é um método que causa a descamação das camadas da pele para remover o pigmento da tatuagem, semelhante ao peeling. O processo de renovação celular faz com que cresçam novas camadas para substituir as antigas. Para isso são utilizados diferentes instrumentos, como lixas, escovas de rotação rápida, entre outros. 

Cada sessão dura entre 30 minutos e 1 hora. O paciente recebe anestesia no local, a fim de reduzir o desconforto. O número de sessões varia conforme o tamanho do desenho, a cor, entre outros fatores.

A tatuagem depois da remoção 

Agora vamos aos possíveis resultados, de acordo com os procedimentos acima listados:

Laser 

O laser age como um catalisador do processo natural do organismo. Quando ele atinge o pigmento ele é “quebrado” em pequenos pedaços, facilitando a ação dos macrófagos. Por isso é um tratamento que ocorre em duas fases: na primeira o laser atinge o pigmento e na segunda o organismo age durante a cicatrização. 

Após a primeira sessão a pele apresenta vermelhidão, bolhas, ardência, entre outros desconfortos, mas quando somem, possivelmente a tatuagem não terá sumido por completo, daí a necessidade de várias sessões. 

Determinados cuidados podem agilizar não só o processo de cicatrização, mas também a ação dos macrófagos. O dermatologista pode indicar pomadas cicatrizantes para aliviar o desconforto e preparar a pele para a próxima sessão, geralmente após 45 dias de diferença. 

Vale ressaltar que o sucesso do tratamento vai depender de uma série de fatores, como a ação do sistema imunológico do paciente, cor da tinta (as mais escuras respondem melhor ao laser), qualidade da tinta, profundidade e tempo em que foi depositada na pele. 

Na maioria dos casos o laser não deixa cicatriz ou marcas após terminado o tratamento. É um procedimento seguro, seletivo, que não danifica a área em volta do pigmento e dessa forma não gera lesões na pele.

Peeling

Após a sessão a área que recebe o ácido fica avermelhada, podendo apresentar edemas, queimação, eritema, dor, hiperpigmentação (mancha escura) ou hipopigmentação (perda da coloração natural da pele). 

É preciso esperar esses sintomas cessarem para realizar outra aplicação, geralmente 40 dias. O processo pode deixar manchas evidentes, cicatrizes e a tatuagem nem sempre desaparece por completo.

Cirurgia

A cirurgia é considerada um método invasivo, com possibilidade de infecções, edemas, dores pós-cirúrgicas e reações alérgicas a anestesia. Além disso, é inevitável a formação de uma cicatriz, cujo tamanho varia conforme o desenho. Em alguns casos, o paciente pode desenvolver queloides. 

Contudo, é feita a remoção completa da tatuagem de forma imediata.

Dermoabrasão

A dermoabrasão remove completamente os pigmentos de tinta, mas pode deixar cicatrizes, inclusive maiores do que a tatuagem removida. Em alguns casos, também pode haver a descoloração da pele por conta dos danos ao local, deixando-a mais clara ou escura do que o normal. Também é um método doloroso, maior do que o desenho da própria tatuagem.

Independente do método escolhido, é importante consultar o dermatologista para avaliar a situação, indicar qual deles mais se adéqua ao paciente e fazer todo o acompanhamento. Nada de usar métodos caseiros ou procedimentos não indicados pelo profissional. 

Leia também: Remoção de tatuagem – como funciona

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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