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Peeling Químico: Dicas Infalíveis para Cuidados Pós-Tratamento

O peeling químico tem a função de atuar em várias camadas da pele de forma superficial, média ou profunda. O seu efeito pode variar podendo garantir a esfoliação ou a destruição da epiderme.

O processo pode variar conforme o nível da agressão, por isto é possível que ela regenere ou remodele a vitalidade das células.

O sucesso de um peeling químico não termina no consultório. Pelo contrário, os cuidados que você adota em casa são tão cruciais quanto o procedimento em si para garantir uma cicatrização adequada, maximizar os resultados e prevenir complicações. A seguir, detalhamos o que fazer em cada fase da sua recuperação.

      

Diferença dos peelings químicos

O tipo de peeling pode variar conforme o agente químico, o comum é o ácido. Em sua agressividade estes agentes podem ser definidos pelo seu pH, concentração ou por ser combinado ou não, além do tipo e localização da pele, tempo de contato, número de sessões e outros.

      

Indicações do peeling químico

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O peeling químico é indicado para quem possui uma pele com rugas ou são danificadas pela exposição solar. Além disso, casos com rugas ao redor da boca, pés de galinha e flacidez no canto e redor dos olhos, rugas nas sobrancelhas, manchas hipercrômicas, cicatrizes e dermatoses pré-cancerosas entre outras são indicados.

Os Diferentes Níveis de Ação: Superficial, Médio e Profundo

1. Peeling Superficial

O que é: Atua na epiderme, a camada mais externa da pele. É o tipo mais suave de peeling.

Agentes Comuns: Ácido Glicólico (em baixas concentrações), Ácido Salicílico, Ácido Mandélico, Solução de Jessner.

Indicações: Ideal para fechar os poros, suavizar rugas finas, melhorar a textura geral, tratar acne comedoniana (cravos) e clarear manchas leves, como efélides (sardas) e hiperpigmentação pós-inflamatória.

Recuperação: Leve descamação, similar a uma queimadura solar suave, que dura de 3 a 5 dias. O paciente pode retornar às atividades normais quase imediatamente.

2. Peeling Médio

O que é: Atinge toda a epiderme e a derme papilar (a porção mais superficial da derme).

Agentes Comuns: Ácido Tricloroacético (TCA) em concentrações de 20% a 35%, combinações de TCA com outros ácidos.

Indicações: Tratamento de rugas mais evidentes, cicatrizes de acne superficiais, melasma, queratoses actínicas (lesões pré-cancerosas) e fotoenvelhecimento moderado.

Recuperação: A recuperação é mais longa, levando de 7 a 14 dias. A pele fica intensamente vermelha, edemaciada (inchada) e forma crostas escuras que se desprendem gradualmente. Exige afastamento das atividades sociais.

3. Peeling Profundo

O que é: Penetra até a derme reticular, a camada mais profunda da derme. É um procedimento complexo e agressivo.

Agentes Comuns: Fenol (fórmula de Baker-Gordon).

Indicações: Reservado para casos de fotoenvelhecimento severo, com rugas profundas e sulcos, e cicatrizes acentuadas. Promove um rejuvenescimento dramático.

Recuperação: É um procedimento que requer sedação e monitoramento cardíaco devido à cardiotoxicidade do fenol. A recuperação é longa, pode levar meses, com inchaço significativo e necessidade de cuidados médicos rigorosos no pós-procedimento.

Pessoa ideal para tratamento

O candidato ideal é aquele que apresenta uma pele clara e pretende melhorar sua textura, além da elasticidade.

Normalmente o procedimento é feito em pacientes entre 40 a 60 anos, mas as outras faixas etárias de 30,70 ou 80 também podem se submeter ao processo.

      

Tipos de pele

Pele morena

Os pacientes que apresentam pele morena (fototipo IV) ou que são danificadas pelo sol podem passar pelo peeling químico.

Nesse caso devido ao clareamento é possível deixar uma linha definida no pescoço, ela fica definida entre a pele mais clara que passou pela aplicação.

Pele negra

Quem apresenta pele negra (fototipo V) podem ter uma mudança no tom de pele depois do peeling, por isto não é indicado.

Principais indicações para peeling químico

  • Melasmas;
  • Efélides;
  • Cicatrizes de acne;
  • Queratoses actínicas;
  • Hiperpigmentação pós-inflamatória;
  • Rugas finas;
  • Fotoenvelhecimento;

      

Alterações na pele devido ao peeling

  • Hiperplasia dos queratócitos;
  • Aumento da espessura da epiderme;
  • Diminuição da quantidade de melanina depositada;
  • Aumento na produção de fibras colágenas, na irrigação sanguínea e na compactação do estrato córneo.

 

Além destes fatores é possível que a dermoabrasão aumente a permeabilidade cutânea, permitindo que ocorra a penetração de princípios ativos coadjuvantes no pós peeling.

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Cuidados apos o peeling químico

Fase 1: Cuidados Imediatos (As Primeiras 48 Horas)

Esta é a fase mais crítica, onde a pele está sensibilizada e começando o processo inflamatório que levará à renovação.

Controle o Desconforto: É normal sentir a pele quente, ardendo e repuxando. Para aliviar, borrife água termal gelada ao longo do dia e faça compressas frias com soro fisiológico ou chá de camomila (sem açúcar e coado), que possui propriedades calmantes.

Reduza o Inchaço (Edema): Para peelings médios, é comum haver inchaço. Durma com a cabeça mais elevada, usando dois travesseiros, para ajudar na drenagem de fluidos.

Mantenha as Mãos Longe: Evite tocar, coçar ou esfregar o rosto. Suas mãos podem transportar bactérias e causar infecções ou lesões na pele vulnerável.

Higienização Mínima: Nas primeiras 24 horas, a recomendação pode ser até mesmo não lavar o rosto, dependendo da profundidade do peeling. Siga estritamente a orientação do seu dermatologista.

Fase 2: Período de Descamação (Do 3º ao 10º Dia)

Nesta etapa, a pele antiga começa a se desprender para dar lugar à nova. A intensidade da descamação varia do tipo de peeling: desde uma fina “caspa” (superficial) até a formação de crostas e desprendimento em “lâminas” (médio/profundo).

A REGRA DE OURO: NÃO PUXE A PELE! Esta é a orientação mais importante de todo o processo. Puxar as casquinhas ou a pele que está solta interrompe a cicatrização natural e pode resultar em cicatrizes permanentes, manchas escuras (hiperpigmentação pós-inflamatória) e infecções. Deixe a pele se desprender no seu próprio ritmo.

Higienização Delicada: Lave o rosto com limpadores extremamente suaves (syndets, loções de limpeza ou sabonetes para peles sensíveis), sem ácidos, fragrâncias ou agentes esfoliantes. Use apenas as pontas dos dedos em movimentos leves e enxágue com água fria ou morna, nunca quente. Seque com uma toalha limpa, apenas pressionando-a contra a pele.

Hidratação Intensiva e Repetida: A hidratação é fundamental para ajudar na cicatrização e aliviar a sensação de repuxamento. Aplique o creme reparador prescrito pelo seu médico várias vezes ao dia. Procure por produtos com ativos como:

Ceramidas: Para restaurar a barreira de proteção da pele.

Pantenol (Pró-Vitamina B5): Com alto poder cicatrizante e umectante.

Ácido Hialurônico: Para atrair e reter água na pele.

Niacinamida: Ação calmante e anti-inflamatória.

Ativos como esqualano, manteiga de karité e glicerina.

Fotoproteção Absoluta e Inegociável: A pele nova é indefesa contra a radiação UV e a luz visível.

Prefira Filtros Físicos/Minerais: Nos primeiros dias, eles são menos irritativos. Procure por filtros com Óxido de Zinco e Dióxido de Titânio.

Use Filtro com Cor: O pigmento (óxido de ferro) no protetor solar com base cria uma barreira física adicional contra a luz visível (de telas e lâmpadas), que também pode causar manchas.

Reaplicação Rigorosa: Reaplique o protetor a cada 2 horas, sem falta, mesmo que esteja dentro de casa.

Use Barreiras Físicas: Complemente a proteção com chapéus de abas largas, óculos de sol e, se possível, evite se sentar próximo a janelas.

Fase 3: Normalização e Manutenção (Após o 14º Dia)

A descamação cessou e a pele já tem uma aparência mais normalizada, embora ainda possa estar rosada e sensível.

Reintrodução Gradual de Ativos: NÃO volte a usar seus ácidos (glicólico, retinóico, vitamina C) imediatamente. A reintrodução deve ser lenta e autorizada pelo seu médico. Geralmente, inicia-se o uso em noites alternadas, monitorando a tolerância da pele.

Retorno à Rotina: Atividades físicas que causam muito suor devem ser evitadas na fase de descamação intensa, pois o sal do suor pode irritar. A maquiagem pode ser reintroduzida assim que a pele não apresentar mais nenhuma área de descamação ou ferida aberta; prefira produtos minerais e não comedogênicos.

Manutenção dos Resultados: A fotoproteção diária continua sendo o cuidado mais importante para preservar os resultados e evitar o surgimento de novas manchas e sinais de envelhecimento. Siga a rotina de skincare prescrita para potencializar os efeitos do peeling a longo prazo.

Sinais de Alerta: Quando Procurar seu Médico Imediatamente?

Embora raras quando o procedimento é bem indicado, complicações podem ocorrer. Entre em contato com seu dermatologista se notar:

  • Dor intensa que não melhora com analgésicos comuns.
  • Inchaço ou vermelhidão que pioram após os primeiros 3 dias.
  • Formação de bolhas, pus ou crostas amareladas (sinais de infecção bacteriana).
  • Surgimento de pequenas bolhas agrupadas (pode ser reativação de herpes).
  • Escurecimento acentuado ou formação de cicatrizes.
  • Coceira extrema e persistente.

Lembre-se: O peeling químico é um ato médico. A consulta com um dermatologista qualificado é o primeiro e mais importante passo para garantir que você receba o tratamento mais seguro e adequado para suas necessidades, alcançando uma pele visivelmente mais saudável e rejuvenescida.

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

2 Comentários

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  • Maria de Lourdes santos

    Estou em fase de tratamento com pelling guimico ,na primeira seções de cinco , gostaria muito de receber informações adeguafas sobre conforme é o andamento do processo passo a passo.Bom dia , Agradecida .

  • Fiz peeling químico Na dermatologista mas a minha pele manchou mais ainda e agora?

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