Alopecia feminina: O que é e como tratar

A alopecia feminina, mais conhecida como alopecia androgenética, é uma doença hereditária marcada pela rarefação dos cabelos, que vão se tornando mais finos até pararem completamente de crescer. 

Na verdade, a alopecia androgenética pode se manifestar em ambos os sexos, desenvolvendo diferentes padrões em mulheres e homens devido à peculiaridades em sua fisiopatogenia em cada sexo

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a alopecia é uma das dez queixas mais frequentes em consultórios dermatológicos por mulheres entre 15 e 39 anos, mas o seu pico de incidência ocorre mais tarde, aos 50 anos de idade, principalmente por causa das mudanças hormonais típicas desse período.

Tudo se inicia com uma perda mais intensa de pelos, o que acaba dando origem a uma falha aqui e outra ali. O quadro vai piorando com o tempo e apesar de não ter cura, pode ser controlado.

Continue a leitura para tirar todas as suas dúvidas sobre o tema.

queda de cabelo
Com o tempo, os fios de cabelo vão se tornando mais finos e enfraquecidos.

O que é alopecia feminina?

A alopecia feminina é caracterizada pela perda excessiva de cabelos, ocasionada por influência genética e hormonal. Dentre todos os tipos de calvície, a alopecia androgenética é sem dúvidas o mais comum. 

O distúrbio é progressivo, marcado por um processo de longa duração. Com o tempo, os fios de cabelo vão se tornando mais finos e enfraquecidos. Enquanto um fio normal permanece em processo de repouso por até quatro anos, retornando com a mesma espessura após esse tempo, o cabelo de quem tem predisposição à calvície vai se tornando uma fina penugem.

Esta rarefação ocorre lentamente e muitas vezes demora a ser percebida, já que só se torna aparente depois de um tempo. Geralmente, o problema se inicia ainda na adolescência, causando os primeiros incômodos estéticos bem mais tarde, aos 40 ou 50 anos de idade. 

Por trás de tudo isso, estão uma série de alterações hormonais que ao que tudo indica, são responsáveis pelo afinamento progressivo dos fios. Falaremos mais sobre isso mais adiante. 

Sintomas

Quando o assunto é calvície masculina, estamos bem a par dos sintomas. Em geral, nos homens a doença começa a se manifestar pelo aumento das entradas na região da testa, evoluindo até atingir todo o topo da cabeça. 

Mas a alopecia feminina é um pouco diferente. No caso das mulheres, os sintomas aparecem de maneira bastante sutil, tornando-se mais notáveis durante a menopausa. 

Como vimos, tudo começa com um enfraquecimento dos fios, que de maneira gradual, vai tornando o cabelo mais fino e ralo. O aumento da queda pode ser notado pela quantidade de fios no travesseiro, no ralo e na própria escova de cabelo. 

Geralmente, o padrão feminino do distúrbio é mais difuso. Se nos homens a queda acomete áreas específicas, na mulher ela é predominantemente espaçada, e pelo menos na maioria dos casos, tem início no topo da cabeça. 

O primeiro sinal estético perceptível é o aumento da risca que divide o cabelo. A queda e o afinamento dos fios tornam essa linha cada vez mais larga, aumentando a exposição do couro cabeludo. 

No caso das mulheres, a doença pode surgir associada a irregularidades menstruais, acne, obesidade e aumento dos pelos pelo corpo.

Causas 

A alopecia feminina pode ter diferentes causas, mas duas delas certamente merecem destaque: a genética e os hormônios masculinos. Nos dois casos o problema é o mesmo, ocorre atrofia dos folículos capilares, levando ao afinamento e acelerando a queda dos fios.

Fisiopatogenia

Antes de falarmos sobre a fisiopatogenia da alopecia feminina, vamos compreender como ocorre o ciclo capilar normal. 

Ele é dividido em algumas fases.

Anágena

Esta é a fase de crescimento do pelo e dura de 2 a 6 anos.

Catágena

Durante cerca de 3 semanas, período de duração da fase catágena, ocorre apoptose transicional, ou seja, morte celular.

Telógena

Chega então uma fase estacionária de curta duração. O período telógeno dura de 2 a 3 meses. 

Todo esse processo acontece em cada fio do couro cabeludo, regulado por mecanismos de controle individuais influenciáveis por hormônios, citocinas e fatores ambientais como alimentação e radiação. 

A queda excessiva de cabelos acontece quando há alguma desordem neste ciclo, o que pode acontecer em suas diferentes etapas.

Geralmente, o problema envolve a fase anágena e tem relação com a redução de estimulantes e o aumento de neurotransmissores que estimulam a apoptose. Outra possibilidade é um maior número de folículos em repouso entre a fase de queda e a de crescimento. 

Além disso, não podem ficar de fora as mudanças causadas por hormônios, que reduzem o tamanho dos folículos pilosos, causando miniaturização dos fios terminais. 

alopecia feminina 1

Diagnóstico 

Diante dos sintomas aqui descritos, em especial se você possui histórico familiar para alopecia feminina, deve-se marcar uma consulta dermatológica. 

Durante a consulta, o especialista irá avaliar a sua história de vida, seus hábitos e vícios, entender melhor a sua queixa, o início e a duração da queda. 

Outros sintomas associados devem ser mencionados como coceira, prurido, vermelhidão, etc.

Durante a revisão dos sistemas deve ser avaliada a exposição a estímulos nocivos, cirurgias, doenças crônicas, febre e estresse físico ou psicológico. Em mulheres, hirsutismo, engrossamento da voz e aumento da libido são indicativos importantes.

Exame físico

O exame físico do couro cabeludo é essencial ao diagnóstico. O médico irá observar a distribuição dos fios, presença de lesões e cicatrizes, além de mensurar a extensão dos cabelos e avaliar anormalidades nas hastes dos pelos. 

Além disso, é necessário examinar outras regiões onde também possam haver quedas, como nas sobrancelhas, nos cílios, nos braços e nas pernas. 

Um estudo completo da pele e das funções gerais do corpo é importante para exclusão de doenças sistêmicas potenciais.

Exames Complementares

Embora não exista um exame padrão-ouro para o diagnóstico da alopecia feminina, alguns exames complementares podem ser úteis a sua identificação e a uma compreensão de seu padrão e gravidade.

Dermatoscopia

A dermatoscopia é um exame bem simples e não invasivo, mas muito útil. Através deste teste rápido é possível uma análise mais aprofundada das variações no diâmetro do cabelo. 

Como vimos, a miniaturização dos fios é um dos sintomas típicos da alopecia feminina. Em pessoas normais os cabelos são mais espessos na região frontal, tornando-se mais finos na parte de trás da cabeça. Pacientes com calvície demonstram esse padrão invertido devido ao progresso da miniaturização. 

Teste Genético

Por ser uma doença genética, este é um teste muito pedido para o seu diagnóstico. Neste caso, é realizada análise de um esfregaço da mucosa oral do paciente, o que permite a identificação de genes de risco para a alopecia. 

Como a patogênese da doença é diferente entre os sexos, o exame também difere em seus métodos. Em pessoas do sexo feminino, é avaliada a extensão de algumas sequências genéticas.

Anatomopatológico

Em casos mais complexos, onde há dúvida do diagnóstico, o exame anatomopatológico é indicado. A biópsia é realizada em áreas de queda de cabelo e em zonas onde a miniaturização é inesperada. 

Através de cortes transversais é possível avaliar a densidade dos fios, visualizando-os em detalhes.

tratamento para alopecia

Tratamento

Apesar de não haver cura definitiva para alopecia feminina, existem diversos tratamentos que ajudam a controlar a doença. As opções são bem variadas e vão de métodos menos invasivos a tratamentos um pouco mais complexos. Veja a seguir.

Medicação tópica

A aplicação de loções e shampoos diretamente sobre a região afetada pode fazer a diferença, em especial quando a doença é diagnosticada em seus estágios iniciais. 

Esses medicamentos agem por uma série de mecanismos, alguns estimulando o crescimento dos fios, outros prevenindo a queda. Existem também boas opções para fortalecimento capilar que são bastante úteis nesses casos. 

Como se trata de uma doença progressiva, o tratamento deve ter início o mais precoce possível e ser mantido por tempo prolongado. 

Suplementação vitamínica

Muitas vezes o aumento na queda capilar tem relação com carências vitamínicas. Por causa disso, a suplementação é bastante recomendada.

Geralmente são indicados suplementos de vitaminas B12, Biotina e ferro.

Intradermoterapia

Este já um tratamento mais invasivo, indicado para pacientes em estágios um pouco mais avançados de queda capilar. 

A intradermoterapia é realizada através de um rolo de microagulhas, passado pelo couro cabeludo. A técnica abre pequenos canais e por meio deles são aplicadas substâncias ricas em proteínas capazes de interromper a queda de cabelo. 

O tratamento é doloroso, mas seus resultados duram a longo prazo, sendo necessária uma nova sessão após seis meses.

Eletroestimulação

A eletroestimulação é um procedimento indolor. O tratamento consiste na aplicação de microcorrentes sob o couro cabeludo dos pacientes. 

Esses leves choquinhos são responsáveis por estimular a multiplicação das células no bulbo capilar, o que não só interrompe a queda, como aumenta o número de fios em crescimento. 

Laser

Por meio do tratamento de laser a luz age diretamente sobre o bulbo capilar estimulando-o. 

O resultado é bem similar ao descrito anteriormente, mas além de controlar a queda e intensificar a produção de novos fios, o laser dilata os vasos sanguíneos, deixando o couro cabeludo mais nutrido e fortalecendo o cabelo. 

Transplante capilar

Para quem já perdeu muitos fios, o transplante passa a ser a melhor opção. Este é o tratamento recomendado para os estágios mais avançados da alopecia feminina. 

O cabelo é implantado fio a fio na região afetada. Geralmente são necessárias duas sessões, dependendo da evolução da calvície, claro. 

Os resultados se tornam mais perceptíveis seis meses após o tratamento.

Recomendações

Existem diversos tratamentos para calvície divulgados na internet, mas como vimos, a alopecia feminina é uma doença e deve ser levada a sério. Por isso, diante de qualquer sintoma consulte um dermatologista de sua confiança. Não saia fazendo tratamentos experimentais. 

Agende uma consulta se:

  • Seus cabelos estiverem caindo acima do normal nos últimos meses, fique atento aos fios no travesseiro, nas roupas e no ralo do chuveiro 
  • Seu coro cabeludo está vermelho, coçando muito ou ardendo 
  • Se seus cabelos estão muito oleosos ou mesmo mais oleosos do que o normal 
  • Quando notar sinais de caspa sobre os fios ou sobre suas roupas 

O acompanhamento médico é essencial. 

Mas lembre-se que não existe tratamento milagroso. Os resultados são progressivos e as terapias devem ser mantidas a longo prazo. Evitar a alopecia é uma tarefa complicada, já que a doença está fortemente associada a fatores genéticos. 

Ainda assim, você pode prevenir maiores danos. Seguem algumas dicas. 

  • Cuidado ao fazer química no cabelo, mantenha os fios os mais naturais possível 
  • Hidrate seu cabelo periodicamente
  • Use produtos específicos para o seu tipo de cabelo 
  • Prefira escovas de cerdas naturais 
  • Escove os cabelos com cuidado, especialmente quando estiverem molhados

Consulte o seu dermatologista periodicamente. Se você tem histórico familiar para alopecia feminina, o médico é a pessoa certa para te orientar sobre como se cuidar.

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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