Queda de cabelo constante: o que fazer?

A queda de cabelo é uma preocupação comum que afeta milhões de pessoas. No entanto, é fundamental compreender a diferença entre a queda temporária de fios e a calvície propriamente dita.

Perder cabelo faz parte do ciclo natural de renovação capilar. Em condições normais, perdemos entre 50 e 100 fios por dia, que são gradualmente substituídos por novos fios. Quando essa perda se torna excessiva ou quando os fios não são repostos adequadamente, estamos diante de um problema que merece atenção médica.

A calvície, também conhecida como alopecia androgenética, é a forma mais comum de perda de cabelo definitiva. Embora seja mais frequente em homens, muitas mulheres também são afetadas. Essa condição tem forte componente genético e está relacionada à sensibilidade dos folículos capilares aos hormônios andrógenos.

Existem diferentes tipos de alopecia. A alopecia areata, por exemplo, é uma condição autoimune que pode causar falhas circulares no couro cabeludo ou em outras áreas do corpo. Algumas formas de alopecia são temporárias e reversíveis com tratamento adequado, enquanto outras podem ser permanentes.

Nas mulheres, a queda de cabelo frequente pode ter diversas causas, incluindo alterações na tireoide (glândula que regula o metabolismo), deficiência de ferro, período pós-parto, uso de anticoncepcionais, menopausa e doenças autoimunes.

A velocidade e a intensidade da queda variam conforme a causa subjacente. Por isso, identificar o motivo correto é essencial para escolher o tratamento mais eficaz.

Em alguns casos, a perda de cabelo pode ser sintoma de uma condição médica mais ampla. Certos medicamentos ou doenças sistêmicas também podem estar por trás do problema, tornando a avaliação médica especializada indispensável.

Causas da queda de cabelo

É normal perder entre 50 e 100 fios de cabelo por dia. Com o passar dos anos, é natural que os fios se tornem mais finos e o volume capilar diminua gradualmente. Porém, quando a queda ultrapassa esse padrão, pode indicar uma condição que merece investigação médica.

Alterações hormonais

As mudanças hormonais estão entre as principais causas de queda de cabelo, especialmente em mulheres. Gravidez, parto, uso ou interrupção de anticoncepcionais e menopausa podem desencadear períodos de queda mais intensa. Na maioria desses casos, o cabelo tende a se recuperar após a estabilização hormonal.

Condições médicas

Diversas condições de saúde podem afetar os cabelos:

• Problemas na tireoide: tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem causar afinamento e queda dos fios, pois a tireoide regula o metabolismo de todo o organismo, incluindo o ciclo capilar.

• Alopecia areata: condição autoimune em que o sistema de defesa do corpo ataca os próprios folículos capilares (estruturas da pele que produzem os fios), causando falhas circulares.

• Infecções do couro cabeludo: como as micoses (infecções causadas por fungos), que podem danificar os folículos se não tratadas.

• Doenças inflamatórias da pele: como lúpus eritematoso e líquen plano, que podem causar cicatrizes no couro cabeludo e perda permanente dos fios na área afetada.

Medicamentos

Alguns medicamentos podem ter como efeito colateral a queda de cabelo. Os mais conhecidos são os quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer, mas também podem causar queda remédios para artrite, antidepressivos, medicamentos cardíacos e anti-hipertensivos. Se você suspeita que um medicamento está causando queda, converse com seu médico antes de interrompê-lo.

Estresse e fatores emocionais

O estresse físico intenso (como cirurgias, febres altas ou doenças graves) e o estresse emocional podem desencadear um tipo de queda chamado eflúvio telógeno. Nessa condição, uma quantidade maior de fios entra simultaneamente na fase de queda, resultando em perda difusa cerca de 2 a 3 meses após o evento estressor.

A alopecia areata também pode ser agravada por períodos de grande tensão emocional.

Fator hereditário

A predisposição genética é o principal fator na alopecia androgenética. Se você tem pais, avós ou outros familiares com histórico de calvície, há maior probabilidade de desenvolver a condição.

Situações que podem causar queda de cabelo

Diversas condições e situações podem desencadear ou intensificar a queda de cabelo:

• Anemia ou deficiência de ferro: o ferro é essencial para a produção de hemoglobina, que transporta oxigênio para os folículos capilares.
• Alterações na tireoide: tanto o excesso quanto a falta de hormônios tireoidianos afetam o ciclo capilar.
• Período pós-parto: a queda intensa 2-4 meses após o parto é muito comum e geralmente temporária.
• Deficiência de proteínas: o cabelo é composto principalmente por queratina, uma proteína. Dietas muito restritivas podem comprometer a saúde capilar.
• Doenças com febre alta: infecções graves, incluindo COVID-19, podem causar queda temporária semanas após a recuperação.
• Histórico familiar: ter pais ou avós com calvície aumenta significativamente o risco.
• Infecções fúngicas: fungos no couro cabeludo podem danificar os folículos.
• Tração excessiva: penteados muito apertados, uso frequente de apliques ou extensões podem causar alopecia por tração.
• Pós-operatório: cirurgias de grande porte e doenças crônicas podem desencadear eflúvio telógeno.

Tratamento para queda de cabelo

Como a queda de cabelo pode ter múltiplas causas, o tratamento deve ser individualizado e baseado em um diagnóstico preciso. Somente um médico dermatologista pode avaliar seu caso e indicar a melhor abordagem terapêutica.

Como é feito o diagnóstico?

O dermatologista utiliza diversas ferramentas para identificar a causa da queda:

• Anamnese detalhada: histórico médico, familiar, medicamentos em uso, hábitos alimentares e eventos recentes.

• Dermatoscopia do couro cabeludo (tricoscopia): exame com lente de aumento que permite visualizar os folículos, a espessura dos fios e sinais específicos de cada tipo de alopecia.

• Exames laboratoriais: hemograma, ferritina, hormônios tireoidianos, vitaminas e outros marcadores conforme a suspeita clínica.

• Biópsia do couro cabeludo: em casos selecionados, pode ser necessária para diagnóstico definitivo.

Opções de tratamento

Conforme o tipo e a causa da queda, o médico pode indicar diferentes tratamentos:

Tratamentos tópicos:
• Minoxidil: medicamento que estimula o crescimento capilar e prolonga a fase de crescimento dos fios. Disponível em diferentes concentrações para uso masculino e feminino.

Tratamentos orais:
• Finasterida e dutasterida: medicamentos que bloqueiam a conversão de testosterona em DHT (hormônio relacionado à miniaturização dos fios na alopecia androgenética). Indicados principalmente para homens.
• Suplementos nutricionais: quando há deficiências comprovadas de ferro, zinco, biotina ou vitaminas.
• Espironolactona: opção para mulheres com alopecia androgenética.

Procedimentos em consultório:
• PRP (Plasma Rico em Plaquetas): técnica que utiliza fatores de crescimento do próprio sangue do paciente para estimular os folículos capilares.
• Mesoterapia capilar: microinjeções de vitaminas, aminoácidos e medicamentos diretamente no couro cabeludo.
• Laser de baixa potência (LLLT): terapia com luz que estimula a atividade celular nos folículos. Pode ser realizada em consultório ou em casa com dispositivos específicos.
• Microinfusão de medicamentos (MMP): técnica que combina microagulhamento com aplicação de substâncias ativas.

Tratamento cirúrgico:
• Transplante capilar: procedimento que transfere folículos de áreas doadoras (geralmente a nuca) para áreas calvas. Indicado para casos estabilizados de alopecia androgenética.

Quando procurar ajuda?

Se você está preocupado com a quantidade de cabelo que está perdendo, não precisa esperar. O dermatologista é o especialista mais indicado para diagnosticar e tratar problemas do couro cabeludo e dos cabelos.

Esse médico pode determinar se você está passando por uma queda temporária (eflúvio) ou por um processo de alopecia. Algumas pessoas apresentam ambas as condições simultaneamente.

O dermatologista também pode identificar a causa específica do seu caso e explicar o que esperar em termos de evolução e resultados. Existem tratamentos eficazes para a maioria dos tipos de queda de cabelo.

Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores serão os resultados. Na alopecia androgenética, por exemplo, é mais fácil manter os fios existentes do que recuperar os já perdidos.

Na Clínica da Dra. Juliana Toma, oferecemos avaliação completa com tricoscopia digital e os tratamentos mais modernos para queda de cabelo, incluindo PRP, mesoterapia capilar e protocolos personalizados. Nossa equipe está preparada para identificar a causa da sua queda e propor o melhor plano de tratamento para o seu caso.