Miíase é a infecção de uma larva de mosca (larva) em tecido humano. Existem algumas espécies de moscas que precisam de tecido vivo para se desenvolver de ovos até insetos totalmente desenvolvidos. Essas moscas botam ovos em mamíferos, incluindo humanos. O resultado é uma infestação de larvas na pessoa.
Geralmente acomete pessoas em situação de vulnerabilidade, que possuem algum fator de risco, como feridas na epiderme (pele), limitações de mobilidade, entre outros. Continue lendo o post e entenda mais.
O que é Miíase?
É uma infecção que ocorre quando as moscas depositam seus ovos nos tecidos vivos ou necrosados dos vertebrados. Pode ser classificada em duas categorias conforme o tipo de larva e a camada dos tecidos que a acomete: cavitária e cutânea.
Cavitária
Popularmente chamada de “bicheira”, é causada quando a mosca Cochliomyia hominivorax (mosca varejeira) pousa na pele ferida e deposita de 200 a 300 ovos. Em pouco mais de 24 horas, esses ovos eclodem e se transformam em larvas.
Neste tipo de Miíase, as moscas depositam os ovos de forma direta, principalmente em feridas e áreas expostas da pele. Caso o infectado não note a presença, as larvas eclodem e crescem até o estágio vermiforme, mas ainda assim permanecem na superfície da epiderme.
A Miíase Cavitária se manifesta clinicamente pela presença das larvas vermiformes situadas em feridas mucocutâneas expostas. Neste tipo, o infectado pode apresentar dores e sangramentos na região em que as larvas foram depositadas, e em casos mais graves, pode haver leucocitose (condição em que há maior produção de glóbulos brancos pelo organismo), febre e calafrios.
Cutânea
Popularmente conhecida como “berne”, neste tipo de Miíase, a mosca Dermatobia hominis (mosca comum) introduz as larvas na pele e essas penetram no subcutâneo.
Essa penetração muitas vezes não é percebida pelo infectado até que os sintomas apareçam, quando a pápula cresce (protuberância da pele, geralmente confundida com inchaço) e evolui para um aspecto semelhante ao dos furúnculos. Neste estágio, a infecção apresenta uma pequena lesão (ulceração) com a produção de exsudato seroso, parecida com uma inflamação.
As larvas então se alimentam da epiderme e crescem em uma cavidade abaixo da pele e conseguem respirar através dos orifícios feitos pela mosca. Entre 5 a 12 semanas a larva se torna pupa.
A Miíase Cutânea pode se manifestar com maior frequência por um ou mais nódulos, que causam dor e coceira ao infectado. Na maioria dos casos, os nódulos também estão associados à produção de secreção serosa pelo orifício, além de sangue.
Pode acometer qualquer área do corpo, sendo mais comum na pele e mucosas, contudo, pode acometer os olhos, a nasofaringe (área que fica atrás do nariz e acima do palato mole), o trato gastrointestinal e as genitálias.
As larvas se movem de forma ativa e os pacientes relatam sensação semelhante a uma “picada” de agulha no local infectado. Em alguns casos, também há relatos de percepção de que algo está se movendo abaixo da pele.
Ademais, a infecção pode se complicar e gerar uma infecção secundária com abscesso (acúmulo de pus) e adenopatias (inchaço decorrente do aumento do volume dos gânglios linfáticos).
Em ambos os tipos, após o período de crescimento, as larvas caem e se escondem no solo em forma de pupa e poucos dias depois dão origem às novas moscas. Além disso, tanto na Miíase cutânea quanto na cavitária, dificilmente há infecções bacterianas associadas, uma vez que as larvas produzem substâncias bacteriostáticas.
Os casos mais graves de infecções estão relacionados à Miíase cavitária cerebral, que deve ser tratada rapidamente para evitar quaisquer lesões ao cérebro.
Quais os sintomas da miíase?
A falta de conhecimento por parte de pacientes pode ser um agravante na identificação da infestação em seu organismo, o que pode gerar um diagnóstico tardio.
Os sintomas podem surgir em quaisquer áreas do corpo e na maior parte dos casos só são identificados no estágio mais avançado. Entre eles podemos destacar:
- Cavitária (Bicheira): Ferida aberta na pele com dimensões variáveis, com pequenas larvas e mau cheiro, podendo ou não apresentar sangramento.
- Cutânea (Berne): Ferida com 2 a 3 cm de dimensão na pele com secreção e pus. Quando pressionada é possível ver a larva de cor clara na região.
O paciente pode sentir estímulos semelhantes a fisgadas, ferroadas ou sensação de que algo se move na lesão.
Como é o tratamento da miíase?
Em ambos os tipos, após o diagnóstico clínico, o tratamento consiste na remoção mecânica das larvas por catação. Antes do processo, é feita a limpeza da região para evitar infecções secundárias. A retirada das larvas é realizada com uma pinça estéril com cuidado para que elas não se fragmentem, dificultando a remoção.
Se a larva estiver localizada em uma região profunda da lesão, o profissional pode utilizar alguma solução irritante ou asfixiante como éter, para que ela possa buscar ar, facilitando sua retirada. Ao final é feita nova limpeza para retirar o tecido morto, sendo aplicado o curativo oclusivo local.
O processo é doloroso e por esse motivo é recomendada a administração de Ivermectina em duas ou três doses. O uso deste antibiótico também é indicado em casos de Miíase Cavitária em que a retirada das larvas é dificultada pela localização. Nesse tipo de tratamento, a Ivermectina leva a morte e eliminação dos parasitas, sem qualquer toxicidade ao paciente.
- Anti-helmínticos, como ivermectina, albendazol ou mebendazol.
- Cirurgia, para remover larvas.
- Corticosteroides, para reduzir a inflamação.
- Antibióticos, para tratar infecções bacterianas.
- Aplicação de calor, para matar larvas.
- Remoção física, usando pinça.
- Desinfetantes, para matar larvas.
- Cremes e pomadas, para tratar a área afetada.
Em casos mais graves, em que haja a inviabilidade tecidual, será necessária uma pequena cirurgia para alargar o orifício e permitir a retirada do parasita. Ademais, se a lesão for muito extensa, a cirurgia plástica pode ser recomendada para a reconstituir os tecidos.
A aplicação de agentes como creolina, álcool ou azeite diretamente na ferida não se mostraram eficazes e podem causar mais desconforto, uma vez que as larvas ficam mais incomodadas e tendem a buscar áreas mais profundas da pele, aumentando as feridas e dificultando sua retirada.
Dessa forma, o melhor a se fazer é buscar tratamento médico, que será capaz de matar e eliminar a parasitose em poucos dias.
É fundamental que o tratamento comece nas fases iniciais da infecção para evitar a progressão da doença, visto que as larvas conseguem destruir rapidamente os tecidos.
Como prevenir?
Os infectados pela Miíase possuem, em geral, determinados fatores que levam à predisposição do desenvolvimento, a exemplo de deficiência mental, selinidade, distúrbios psiquiátrico, situação de rua, imunodepressão, alcoolismo, más condições de higiene e saneamento básico, além de ser mais comum em acamados.
Ainda assim, os fatores mais relevantes são a ocorrência de lesões expostas e higiene corporal e oral precárias. A prevenção, acima de tudo, está em evitar a ação das moscas, protegendo as áreas descobertas, sobretudo feridas abertas.
A questão aqui está associada aos cuidados básicos com a higiene, em especial em locais com grande incidência de moscas.
Para evitar a infestação das larvas da mosca em humanos é essencial tomar banho diariamente, cuidar bem de todas as feridas e arranhões, mantendo-os limpos e desinfetados com a aplicação de loção antisséptica.
Também é preciso manter as moscas afastadas, evitando o acúmulo de lixo exposto a céu aberto, bem como o uso de inseticida para afastar as moscas na residência. Pessoas acamadas e com deficiência exigem cuidados extras por não terem a mesma capacidade de defesa de um adulto saudável.
Resumo – Miíase
- Miíase é a infecção de uma larva de mosca em tecido humano.
- Algumas espécies de moscas precisam de tecido vivo para se desenvolver de ovos até insetos totalmente desenvolvidos.
- Essas moscas botam ovos em mamíferos, incluindo humanos.
- O resultado é uma infestação de larvas na pessoa.
Clínica localizada na região dos Jardins em São Paulo
Conta com estacionamento coberto no local com manobrista gratuito. Amplas instalações modernas. A clínica está pronta para receber seus pacientes de forma especial, e utilizar últimas tecnologias do mercado de maneira eficaz.
Dra. Juliana Toma
Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).
Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA
CONHEÇA A EQUIPEAGENDAMENTO ONLINE
Agende uma consulta através do nosso WhatsApp
Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM
Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP
Agende uma Consulta e saiba mais sobre os tratamentos e protocolos estéticos mais indicados para potencializar suas características naturais.