Molusco contagioso

Muitas vezes confundido com verrugas, o molusco contagioso é uma infecção viral bastante comum entre crianças, principalmente na idade escolar.

O distúrbio é marcado pela formação de pequenas pápulas cor da pele, e sobre elas, uma pequena depressão no formato de um umbigo[1]Bela MD, Arechavala RS. Molusco contagioso. Pele. 2001 Jan 1;16(7):322-8.

Geralmente, a doença é autolimitada, o que quer que dizer que nem sempre a intervenção médica é necessária. Contudo, o seu tempo de duração é longo, e varia de 6 meses a 2 anos. Por isso, em muitos casos o tratamento é indicado a fim de aliviar os sintomas e conter sua disseminação.

Transmitida pelo contato, a infecção pode não só passar de pessoa para pessoa, como ser levado de uma parte do corpo para outra. Além disso, apesar de mais comum em crianças, o molusco pode contaminar pessoas de todas as idades.

Você conhece esta doença? Saiba mais e descubra como evitar.

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O que é o molusco contagioso?

O molusco contagioso é uma infecção viral causada pelo poxvírus, um microorganismo da família da varíola. Sua transmissão se dá por contato direto e é bastante comum em crianças.

Indivíduos que possuem sistema imunológico suprimido, soropositivos, pessoas que apresentam pele seca ou algum tipo de alergia na pele, são mais vulneráveis ao vírus.

A infecção é caracterizada pelo aparecimento de pequenas bolhas sobre a pele. Essas protuberâncias são exatamente da mesma cor que o restante do corpo e variam em seu tamanho e formato.

A doença possui fácil disseminação e pode levar a uma infecção crônica localizada. Não se trata de um problema grave e por isso não há motivos para grandes preocupações. Contudo, devido à altíssima transmissibilidade viral, em especial a possibilidade de autoinoculação, alguns cuidados devem ser tomados. Falaremos mais sobre isso adiante.

Sintomas

O vírus responsável pelo molusco contagioso tem um período de incubação de 2 a 8 dias, que seria o tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas da doença.

O quadro clínico do distúrbio lembra muito o de uma verruga vulgar. Como vimos, a doença é marcada pelo aparecimento de pápulas translúcidas sobre a pele. A grande maioria das lesões mede cerca de 5 mm e elas raramente são dolosas[2]de Oliveira Frauches D, de Mattos Siqueira CC, da Mata TF. Tratamento de Molusco Contagioso em crianças: uma revisão sistemática de literatura. Revista Brasileira De Medicina De Família E … Continue reading.

Por serem autoinoculáveis, tendem a se tornar numerosas rapidamente. Podem aparecer isoladas ou agrupadas e nas mais diversas partes do corpo. A doença afeta principalmente:

  • Mãos
  • Braços
  • Rosto
  • Pescoço
  • Peito
  • Região abdômen
  • Virilha, espalhando-se para cima
  • Órgãos genitais
  • Parte interna das coxas

 

Outras áreas, apesar de menos comuns, também podem ser afetadas, são exemplos:

  • Palmas das mãos
  • Solas dos pés
  • Boca
  • Pálpebras

 

Dentre as peculiaridades das lesões causadas pelo molusco contagioso está o aparecimento de uma pequena covinha no centro das pápulas.

Em geral, são protuberâncias firmes e indolores. Pode haver prurido, e nesses casos há um alto risco de remoção das lesões ao serem arranhadas ou esfregadas, o que aumenta consideravelmente o risco de contaminação em outras partes do corpo.

O quadro evolui naturalmente para o desparecimento dos sintomas. Após alguns meses o molusco tende a começar a desaparecer, e embora cicatrizes não sejam comuns, podem surgir áreas de menor pigmentação na região afetada.

Em alguns casos, as lesões descritas evoluem para traumas, em sua maioria, provocados pela coçadura frequente. Pacientes imunossuprimido também tendem a desenvolver lesões maiores, algumas delas chegam a medir entre 10 e 15 mm de diâmetro.

 

 

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Grupos de risco

Conforme vimos, qualquer pessoa pode se contagiar com o molusco contagioso, independe de gênero ou idade. No entanto, existem sim alguns grupos nos quais a doença é mais prevalente, dentre eles:

  • Crianças em idade escolar (geralmente entre 1 e 10 anos)
  • Populações que vivem em regiões tropicais
  • Indivíduos que possuem o sistema imunológico suprimido (transplantados, em tratamento contra o câncer, etc)
  • Portadores do HIV
  • Pessoas que possuem dermatite atópica
  • Indivíduos que estão frequentemente em contato com outras pessoas

 

Tais grupos devem ficar ainda mais atentos, e em caso de sintomas, consultar um dermatologista em busca de um diagnóstico adequado do quadro.

 

 

Causas

O vírus responsável pelo molusco contagioso é o poxvírus, o maior membro de sua família, [e um vírus transmitido por contato direto, o que inclui relações sexuais, uso de objetos contaminados e até mesmo autocontaminação.

Existem quatro subtipos deste microorganismo, o subtipo 1 é o mais prevalente de uma maneira geral, seguido pelo subtipo 4. O subtipo 2 traz algumas peculiaridades, em especial o fato de ser transmitido predominantemente por contato sexual, por isso, é mais frequente em adultos.

O poxvírus é tido como um parente do vírus da varíola, com quem apresenta homologia de 30%.

Além de não poder ser isolado, também não é possível diferencia-los de outras poxvírus através da microscopia eletrônica.

Uma curiosidade a respeito deste vírus é que, mesmo em indivíduos saudáveis, ele pode ser encontrado na epiderme e no infundíbulo de folículos pilosos.

 

 

Como o molusco contagioso é transmitido?

Acabamos de falar sobre o vírus responsável por causar o molusco contagioso, conhecendo o agente, fica fácil compreendermos como se dá a sua transmissão.

O poxvírus se desenvolve principalmente em climas quentes e úmidos, até por isso, populações de países tropicais são consideradas grupos de riscos. A infecção pode se dá das mais diversas formas.

Contato com pessoa infectada

O molusco contagioso é muito comum em crianças justamente pela possibilidade de ser transmitido facilmente de uma pessoa para outra. A maioria delas acaba entrando em contato com as lesões de coleguinhas durante brincadeiras na escola. Atletas que praticam esportes de muito contato também são mais vulneráveis.

Basta um contato com a lesão para um grande risco de infecção.

Relações Sexuais

O molusco contagioso é tido como uma doença sexualmente transmissível. Isso porque, muitas vezes, o forte contato físico durante a relação é o seu canal de transmissão.

Objetos Contaminados

O vírus é capaz de sobreviver em superfícies por um certo período de tempo. Os objetos mais frequentemente contaminados são:

  • Roupas
  • Roupas de cama
  • Toalhas
  • Esponjas de banho
  • Brinquedos

Autoinoculação

O vírus pode ser transmitido de uma para outras partes do corpo por meio do contato. A coceira é um dos sintomas típicos da doença e faz com que o indivíduo passe a mão sobre a lesão mesmo sem perceber, ao encostar a mesma mão em outras regiões, ele acaba disseminando o vírus pelo corpo.

 

 

Diagnóstico

Diante dos sintomas descritos, é recomendado o agendamento de uma consulta médica. O clínico geral, o dermatologista e o infectologista são os responsáveis por tratar esse tipo de problema.

Embora o molusco contagioso não seja uma doença preocupante, é um distúrbio de alta transmissibilidade e deve ser controlado. Além disso, é essencial que seja feita a diferenciação entre esta e outras patologias mais graves.

A consulta se iniciará com uma breve anamnese. O médico precisará conhecer um pouco mais sobre você, seus hábitos e vícios e seu histórico de saúde. Tais informações podem contribuir para uma melhor compreensão da sua queixa.

Caso seja portador de outras condições ou faça uso de alguma medicação ou suplementação regularmente, não deixe de compartilhar essas informações.

Além disso, descreva em detalhes os sintomas apresentados. Serão feitas perguntas como:

  • Quando os sintomas surgiram?
  • Outras partes do corpo foram contaminadas?
  • Você tem sentido coceira?
  • Existem fatores de melhora?
  • Existem fatores de piora?
  • Você tem criança em casa?
  • Você teve contato sexual sem proteção recentemente?

 

Exame Físico

Durante o exame físico o médico irá estudar com cautela as lesões apresentadas. Geralmente o diagnóstico da doença é clínico, com base apenas na observação do quadro[3]Ianhez M, Cestari SD, Enokihara MY, Apreensão MB. Moluscoses contagiosos padrões dermatoscópicos: 211 leses confirmados por exame histopatológico. Anais Brasileiros de Dermatologia. 2011 … Continue reading.

A identificação do molusco contagioso é um processo consideravelmente rápido, pois suas lesões são fáceis de reconhecer. Contudo, na dúvida, podem sim ser prescritos exames complementares.

 

Exames Complementares

Caso a observação não seja suficiente para diferencial entre esta e outras doenças relacionadas, o médico poderá fazer uma curetagem.

O exame consiste em uma pequena raspagem da lesão, que é levada para biópsia, onde será analisada em detalhes através de um microscópio.

 

 

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Diagnóstico Diferencial de molusco contagioso

O diagnóstico diferencial seria basicamente a exclusão de outras patologias semelhantes, no caso do molusco contagioso, devem ser excluídas principalmente foliculites, milium e verrugas.

Em crianças, também fazem parte do diagnóstico diferencial xantogranuloma infantil e nevo de Spitz.

Como tratar

Nem sempre é necessário tratar o molusco contagioso. Em pessoas saudáveis o problema tende a desparecer naturalmente com tempo sem nenhuma intervenção. O tempo de cura varia bastante de pessoa para pessoa[4]Monteagudo B, Cabanillas M, León-Muiños E, Suárez-Amor O, Vazquez-Blanco M, Corrales A. Molusco contagioso:Quando o tratamento deve ser iniciado. Ato Pediátrico Esp. 2010;68(2):91-4..

Contudo, por ser uma doença altamente contagiosa, o tratamento de controle pode ser indicado.

Veja a seguir quais são as opções terapêuticas mais comuns para este tipo de infecção.

 

Medicamentos

O tratamento medicamentoso gera excelentes resultados. Antes de falarmos sobre quais são os medicamentos indicados para esses casos, vale ressaltar que, o uso de qualquer fármaco deve ser feito conforme prescrição médica. A automedicação é contraindicada e oferece riscos à saúde.

Agora sim, os remédios mais usados no trato do molusco são:

Hidróxido de Potássio

O hidróxido de potássio quebra as células da pele próximas ao vírus, facilitando a resposta do sistema imune ao invasor. O remédio deve ser aplicado duas vezes por dia diretamente sobre a lesão. A melhora é percebida entre 2 a 5 dias após início do tratamento. .

Podofilotoxina

A podofilotoxina atua diretamente sobre as células infectadas envenenando o vírus. Assim como o Hidróxido de Potássio, deve ser aplicada diretamente sobre a lesão.

O medicamento deve ser utilizado duas vezes ao dia durante três dias e após isso deve ser feita uma pausa de quatro dias. Geralmente os sintomas começam a desaparecer após o terceiro ciclo.

Imiquimode

O imiquimode é um fármaco em formato de creme, muito eficaz no trato de grandes conjuntos de bolhas. O remédio atua estimulando o sistema imunológico, que passa a atacar fortemente as células virais.

Sua aplicação deve ser realizada de 6 a 10 horas antes da higienização do local afetado e repetida três vezes por semana. Os resultados podem levar algumas semanas para aparecer.

Peróxido de benzoíla

Este medicamento pode ser utilizado em todas as partes do corpo e está disponível em diferentes formatos. Apesar de muito eficaz no trato do molusco contagioso, o peróxido de benzoíla deve ser usado com bastante cautela, pois há risco de danos à pele. Duas aplicações por dia já são suficiente para melhoras perceptíveis.

Crioterapia

A crioterapia é uma forma de remover as lesões. Na prática, é realizado o congelamento da bolha através da aplicação de nitrogênio líquido, o que facilita sua retirada.

Pode ser necessário mais de uma sessão para o desaparecimento completo do molusco.

Diatermia

Ao contrário da crioterapia, a diatermia utilizada calor para tratar o problema. É aplicado um anestésico local, reduzindo a sensibilidade da área a ser tratada, e por meio de um dispositivo elétrico, as bolhas são queimadas e removidas.

Curetagem

A curetagem é talvez o método mais comum. O tratamento remove as pápulas por meio de um instrumento de metal fino utilizado para fazer uma raspagem na pele.

Geralmente são utilizados anestésicos locais para controle da dor provocada pelo procedimento.

 

 

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Tratamento para pessoas imunodeprimidas

O molusco contagioso é uma doença simples para a maioria das pessoas. No entanto, para indivíduos imunossuprimidos pode acabar se tornando um distúrbio complicado.

Esses pacientes possuem seu sistema imunológico enfraquecido e por isso, apresentam grande dificuldade em combater a infecção viral.

Para essas pessoas os tratamentos anteriormente apresentados não são suficientes.

O tratamento para imunossuprimidos requer ainda terapias que fortaleçam o sistema de defesa do corpo. Dentre outras alternativas, uma das formas mais comuns de fazer esse fortalecimento é através de uma proteína chamada Interferon.

A substância, que é produzida pelos leucócitos e fibroblastos do corpo, interfere na replicação viral e estimula a atuação das células imunológicas, reforçando o combate ao vírus.

 

 

Molusco contagioso tem cura?

Em pessoas saudáveis o molusco contagioso tem cura independe do tratamento. Geralmente, as lesões desaparecem completamente e não deixam cicatrizes.

Já em indivíduos imunossuprimidos, o problema tende a se tornar persistente, necessitando de um acompanhamento a longo prazo.

 

Prevenção

Por mais simples que a infecção possa ser, a prevenção é sempre a melhor opção, faça o possível para evitar torna-se um agente propagador da doença.

  • Não compartilhe itens pessoais (roupas, roupas de cama, toalhas, etc)
  • Lave suas mãos com frequência
  • Evite manter relações sexuais com desconhecidos e sempre se proteja
  • Evite contato físico direto com muitas pessoas
  • Mantenha distância de pessoas contaminadas

Caso você esteja infectado, mantenha suas lesões cobertas com guardanapos ou curativos enquanto estiver em contato com outras pessoas, e evite ao máximo coçar ou colocar a mão sobre as áreas afetadas.

Diante dos sintomas, agende uma consulta. Fazer um diagnóstico adequado do problema é muito importante, assim você terá certeza se precisa ou não se preocupar! Entre em contato. Estamos à disposição.

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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas
1 Bela MD, Arechavala RS. Molusco contagioso. Pele. 2001 Jan 1;16(7):322-8
2 de Oliveira Frauches D, de Mattos Siqueira CC, da Mata TF. Tratamento de Molusco Contagioso em crianças: uma revisão sistemática de literatura. Revista Brasileira De Medicina De Família E Comunidade. 2017 Nov 29;12(39):1-2.
3 Ianhez M, Cestari SD, Enokihara MY, Apreensão MB. Moluscoses contagiosos padrões dermatoscópicos: 211 leses confirmados por exame histopatológico. Anais Brasileiros de Dermatologia. 2011 Fev;86(1):74-9.
4 Monteagudo B, Cabanillas M, León-Muiños E, Suárez-Amor O, Vazquez-Blanco M, Corrales A. Molusco contagioso:Quando o tratamento deve ser iniciado. Ato Pediátrico Esp. 2010;68(2):91-4.

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Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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