A dermatite ocre traz um grande desconforto estético ao paciente por conta das manchas concentradas na pele. É um tipo de púrpura hipostática associada a outros problemas de saúde, como varizes, obesidade e atrofias, que acabam se concentrando nas pernas.
Assim como outras doenças de pele, a dermatite ocre é um tipo de inflamação que motiva o surgimento de manchas marrons – principalmente nos tornozelos, semelhantes a hematomas nas pernas.
Ocorre que, mesmo tratando a causa, as manchas permanecem e, embora sejam inofensivas, fazem com que a pessoa sinta vergonha e evite usar certas roupas, comprometendo a sua autoestima.
Continue lendo o post para entender mais sobre a dermatite ocre, as suas causas e os seus principais tratamentos.
O que é dermatite ocre

A dermatite ocre é um tipo de púrpura hipostática que se inicia pela ruptura de vasos sanguíneos. Esse sangramento se acumula nos tecidos do corpo, particularmente nos tornozelos, na tíbia e na região perimaleolar.
A condição é responsável por pigmentar essas áreas, causando manchas de cores marrom, vermelho, castanho e cinza, dependendo da coloração normal da pele.
As manchas são causadas pela insuficiência venosa – em outras palavras, pela obstrução ou mau funcionamento do sistema da circulação sanguínea. Como o sangue fica preso nos tecidos da parte inferior das pernas, há um aumento da pressão hidrostática intracapilar no local, causando o vazamento para as camadas de pele.
Esse vazamento gera a concentração de hemossiderina, responsável pela coloração escura da dermatite.
Em geral, as manchas não causam dores ou incômodo ao paciente, no entanto, podem ser acompanhadas por edemas. Esses, sim, podem ser um grande desconforto. Além disso, a dermatite ocre é uma manifestação aguda de doenças crônicas já existentes.
É constatada principalmente em:
- pessoas com varizes em estágio médio ou avançado;
- pessoas com excesso de peso;
- pessoas com trombose venosa;
- pessoas com pouca mobilidade ou com doenças que comprometem a circulação sanguínea.
É também particularmente observada em adultos acima dos 40 que passam muito tempo em pé e que possuem deformidades ósseas, artrites ou pés planos.
Diagnóstico de dermatite ocre
O diagnóstico é feito pelo dermatologista e clínico geral, muitas vezes sendo apenas clínico – ou seja, por observação – e por análise do histórico do paciente. O dermatologista avalia as lesões e faz uma série de perguntas ao paciente. Se julgar necessário, pode solicitar exames de sangue ou de biópsia para eliminar a possibilidade de infecções.
Em alguns casos, são solicitados exames radiológicos, a exemplo do doppler, para avaliar se o paciente apresenta alguma outra condição primária mais grave, como a trombose venosa.
A consulta contribui para o sucesso do tratamento da dermatite e da doença causadora das manchas.
Tratamento de dermatite ocre
O tratamento da dermatite ocre tem duas frentes. A primeira tem foco na cura da doença venosa que desencadeia as manchas. Sejam varizes, tromboses ou qualquer outra condição, o médico especialista irá definir o tratamento conforme o grau e queixas do paciente.
De modo geral, as terapias incluem medicação, atividades físicas, dieta para perda peso, uso de meias de compressão, repouso com pernas elevadas, massagens, uso de determinados óleos, entre outros. O intuito aqui é reduzir a inflamação e melhorar os edemas da pele.
A segunda frente tem o intuito de clarear as manchas que restaram após o tratamento da doença crônica causadora da dermatite ocre.
Entre as terapias que trazem melhores resultados, nós temos:
Escleroterapia
A escleroterapia é o tratamento injetável para a destruição de varizes e vasinhos nas pernas, sem a necessidade de procedimento cirúrgico ou daqueles considerados mais invasivos.
Consiste na aplicação de um agente chamado esclerosante na veia varicosa. Esse agente se dissolve com rapidez, ativando a circulação no local. Os dois agentes mais comuns são o Lauromacrogol 400 e o Chrome Alun.
Pomadas
As pomadas possuem tanto ação anti-inflamatória, como despigmentante, dependendo do grau das manchas. Os principais componentes presentes nas pomadas são:
Alfa-hidroxiácidos
Comumente chamados de AHA, os cremes com base nos Alfa-hidroxiácidos agem reduzindo a adesão entre as células superficiais da pele, de modo a promover a renovação celular. Quando penetram nas lesões, reduzem a irritação e a inflamação características.
Quelantes de ferro
São substâncias que conseguem se ligar ao ferro presente no sangue acumulado nos tecidos, eliminando seu excesso presente no sangue. Pode ser usado tanto em creme, quanto em medicamentos orais.
Venotrópicos
Pomadas venotrópicas melhoram a circulação no local, agindo na insuficiência venosa. Promove a tonicidade e elasticidade das veias, e assim reduz o acúmulo de sangue na região.
Hidratantes
Os cremes para dermatite ocre regulam a oleosidade, ajudam na circulação e clareiam as manchas. Entre seus compostos estão:
Vitamina K1 e K3
A vitamina K1 é a filoquinona, que age no processo de coagulação sanguínea e na síntese proteica. Melhora o processo de cicatrização e circulação. In natura, está presente em alimentos como brócolis, rúcula, alface, agrião, couve, entre outros vegetais folhosos.
Já a vitamina K3 (Menadiona) também auxilia no processo de coagulação e circulação sanguínea. Age diretamente na proteína C e na proteína S, ambas com funções anticoagulantes.
Vitamina C
A Vitamina C é um forte clareador de pele, inibindo a ação da tirosinase, que é a enzima responsável por produzir a pigmentação. Também atua na redução dos efeitos cumulativos dos raios UVA e UVB, deixando a pele mais protegida contra a ação de agentes externos.
Cremes clareadores
Quando a causa já foi tratada e o paciente não sente qualquer desconforto por meio da condição crônica, mas ainda assim as manchas permanecem devido à pigmentação da região, o dermatologista pode receitar uma série de cremes com ação clareadora conforme a natureza das lesões. São eles:
Ácidos
Os ácidos promovem uma espécie de esfoliação química da região ou despigmentação. Entre eles temos o ácido kójico, o ácido glicólico e o tranexâmico. Esses ácidos não causam problemas na pele, muito pelo contrário – quando usados de forma correta, inibem a síntese de melanina, regulam a oleosidade e clareiam as manchas.
Hidroquinona
Está presente em cremes e pomadas clareadoras. O que pode mudar é a concentração e a associação a outros componentes. A hidroquinona é usada para o clareamento de manchas em geral porque inibe a ação da tirosina, reduzindo a produção de melanina e, como consequência, as manchas.
Tretinoína
Também presentes em dermocosméticos clareadores, hidratantes e pomadas, a Tretinoína é uma derivada da vitamina A que promove a renovação celular. Dessa forma, a grosso modo, as novas camadas de pele que surgem após a aplicação do creme não apresentam a pigmentação indesejada. Além disso, devido à produção de colágeno, ela reduz a oleosidade e aumenta a firmeza da pele.
Peeling químico
O peeling é um método não invasivo que tem o objetivo de fazer a descamação controlada da pele com o uso de substâncias ácidas para clarear as manchas. É comumente usado para tratamentos estéticos para promover o chamado efeito lifting, pois promove a renovação celular e a produção de colágeno novo e elastina.
Para o tratamento das manchas da dermatite ocre, o peeling químico vai promover a descamação do local, fazendo que uma nova camada de pele cresça, renovada e sem o pigmento. As substâncias mais utilizadas no tratamento são o ácido salicílico, o ácido lático e o ácido retinoico.
A solução ácida é aplicada sobre a pele e age por alguns minutos. A pele pode ficar avermelhada e inchada, mas em poucos dias cicatriza. O procedimento deve ser feito somente em consultório dermatológico e por profissional capacitado.
Laser
O laser é o tratamento mais eficaz para o clareamento de manchas na pele em geral, incluindo a dermatite ocre. O intuito é gerar um feixe de luz para promover a fototermólise seletiva dos pigmentos. Em outras palavras, a luz emitida pelo laser é capaz de vaporizar o pigmento, que é eliminado no sistema linfático.
A grande vantagem do laser é a sua seletividade, uma vez que o feixe atinge apenas o pigmento e não a área circunvizinha. Isso permite que somente a área pigmentada seja tratada sem quaisquer danos à região ao seu redor.
Assim como o peeling, as sessões com o laser devem ser conduzidas por um profissional capacitado. Em geral, é um tratamento simples, mas é importante seguir as recomendações – que incluem evitar a exposição solar, por exemplo.
Cada sessão dura, em média, 30 minutos. Neste período são feitos disparos nos locais das manchas, que ficam avermelhadas e em poucos dias descascam. Em seu lugar, uma nova camada de pele surge sem a pigmentação.
A laserterapia também é utilizada para o tratamento de varizes que dão origem à dermatite ocre. Nesses casos, o laser trata as varizes de pequenos calibres e alguns tipos de teleangiectasias (os vasos sanguíneos abaixo da pele).
A luz do laser gera calor, promovendo a contração e destruição das veias varicosas. Geralmente, a abordagem é empregada em associação a outros métodos.
Radiofrequência
A radiofrequência consiste no aquecimento dos tecidos por meio de aparelhos que geram calor. O intuito é destruir as células pigmentadas para promover a renovação celular, por meio da produção de colágeno e elastina.
O calor é gerado na camada intermediária da pele, a derme, a fim de promover reações metabólicas que favorecem a produção de fibras de colágenos, a contração de fibras elásticas e a retração da pele, clareando as manchas. O procedimento ainda favorece a circulação sanguínea, a oxigenação e a nutrição dos tecidos.
Perguntas frequentes sobre dermatite ocre
Agora vamos a algumas perguntas frequentes sobre a dermatite ocre:
Quais os sintomas?
A dermatite ocre surge nas pernas e é, por si só, um sintoma de outras doenças vasculares que afetam a circulação no local, varizes, trombose ou excesso de peso.
Como prevenir a dermatite ocre?
O uso de filtro solar, o controle de peso e a redução na pressão venosa são os primeiros passos para evitar os problemas que levam à dermatite ocre. O acompanhamento médico é fundamental nesses casos.
Dermatite ocre é grave?
Não necessariamente. Por ser uma condição crônica, causada por uma doença pré-existente, a presença da dermatite ocre em si é um sinal de que o organismo não vai bem e precisa de tratamento.
Dermatite ocre dói?
Os sintomas associados geram uma série de incômodos que incluem inchaço das pernas, rigidez da pele e na musculatura, além de calor na área afetada.
Dermatite ocre pode evoluir para outra doença mais grave?
Não – a dermatite ocre já é uma condição relacionada a um problema pré-existente. Seu aparecimento está associado a problemas circulatórios que precisam ser tratados.
Qual a melhor pomada para dermatite ocre?
Vai depender do estágio da dermatite ocre. Existem pomadas que tratam o problema de circulação, como é o caso das pomadas compostas venotrópicos, enquanto outras possuem agentes clareadores, a exemplo da hidroquinona. A escolha vai depender da avaliação e indicação do dermatologista.
Dermatite ocre é o mesmo que melasma?
Não, as manchas de melasma são causadas principalmente pela exposição solar por longos períodos sem a devida proteção. Geralmente, um catalisador é responsável pelo surgimento das manchas. O principal é a alteração hormonal (gravidez, uso de anticoncepcional, estresse, entre outros).
Creme para melasma funciona para dermatite ocre?
Vai depender do estágio da dermatite. Se a causa da má circulação já tiver sido tratada, cremes clareadores comumente usados para o melasma podem funcionar com a dermatite ocre, mas uma avaliação médica ainda será necessária.
Receitas caseiras funcionam com a dermatite ocre?
Não, receitas caseiras como o uso de limão, esfoliantes caseiros podem não resolver a questão das manchas e ainda prejudicar a pele. Fique longe de qualquer solução que não seja aprovada pelo médico especialista!
Dermatite ocre tem cura?
Sim, a dermatite tem cura, desde que o tratamento para clarear as manchas esteja associado com o tratamento da doença venosa que causa a dermatite. Mesmo sendo difícil, o clareamento das áreas pigmentadas é possível, mas a causa das doenças deve ser controlada.
Vale ressaltar que nem sempre os tratamentos específicos são suficientes para clarear as manchas.
Por que a avaliação médica é importante?
As manchas nas pernas possuem diferentes causas e exigem de uma avaliação médica completa para analisar suas causas, bem como o tratamento mais assertivo. O médico analisa as condições das manchas e das varizes, buscando aliar a saúde, o bem-estar e a autoestima do paciente.
AGENDAMENTO ONLINE
Agende uma consulta através do nosso WhatsApp
Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM
Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP
Agende uma Consulta e saiba mais sobre os tratamentos e protocolos estéticos mais indicados para potencializar suas características naturais.
Clínica localizada na região dos Jardins em São Paulo
Conta com estacionamento coberto no local com manobrista gratuito. Amplas instalações modernas. A clínica está pronta para receber seus pacientes de forma especial, e utilizar últimas tecnologias do mercado de maneira eficaz.

Dra. Juliana Toma
Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).
Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA
CONHEÇA A EQUIPE